segunda-feira, 1 de outubro de 2018

O monoteísmo pode ser provado?



 A palavra “monoteísmo” vem de duas palavras: “mono” (um) e “theism” (crença em Deus). Especificamente, é a crença que apenas um só Deus é o criador, sustentador e juiz de toda a criação. O monoteísmo difere do henoteísmo, o qual é a crença em vários deuses com um Deus supremo acima deles. Também se opõe ao politeísmo, o qual é a crença na existência de mais de um deus.

Há vários argumentos para o monoteísmo, incluindo a revelação especial (Sagradas Escrituras), a revelação natural (filosofia) e a antropologia histórica. Esses tipos de revelação serão explicados brevemente na lista abaixo, mas essa lista não deve ser considerada completa de forma alguma.

Argumentos Bíblicos para o Monoteísmo - Deuteronômio 4:35: "A ti te foi mostrado para que soubesses que o SENHOR é Deus; nenhum outro há senão ele." Deuteronômio 6:4: "Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR." Malaquias 2:10 a: "Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo Deus?" 1 Coríntios 8:6: "Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele." Efésios 4:6: "Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós." 1 Timóteo 2:5: "Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem." Tiago 2:19: "Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o creem, e estremecem."

Obviamente, para muitas pessoas, não seria suficiente afirmar que exista apenas um Deus porque é o que a Bíblia ensina. Isso se dá ao fato de que sem Deus não há como provar que a Bíblia seja a Sua Palavra! No entanto, alguém pode argumentar que, já que a Bíblia tem a mais confiável evidência supernatural que confirma o que ensina, o monoteísmo pode ser provado baseado neste fato. As crenças e ensinamentos de Jesus Cristo seriam um argumento parecido, pois Jesus provou ser Deus (ou pelo menos aprovado por Deus) através do Seu nascimento e vida milagrosos, assim como através do milagre da Sua ressurreição. Deus não pode mentir ou estar enganado; portanto, aquilo em que Jesus acreditava e o que Ele ensinava era verdade. Sendo assim, podemos concluir que o monoteísmo, o qual era uma doutrina ensinada por Jesus, seja verdade. Esse argumento talvez não seja muito impressionante às pessoas que não têm conhecimento das confirmações supernaturais da Escritura e Cristo, mas pode ser um bom começo aos que conhecem a sua veracidade. 

Argumentos Históricos para o Monoteísmo - Os argumentos baseados na popularidade são notoriamente suspeitos, mas é interessante observar como o monoteísmo tem afetado outras religiões mundiais. A teoria popular evolutiva do desenvolvimento religioso é um resultado da opinião evolutiva da realidade em geral e da pressuposição antropológica evolucionária que enxerga culturas “primitivas” como representantes de estágios anteriores de desenvolvimento religioso. Entretanto, os problemas com essa teoria evolucionária são vários: (1) O tipo de desenvolvimento que supostamente descreve nunca foi observado – na verdade, não aparenta existir em nenhuma cultura qualquer tipo de desenvolvimento ascendente ao monoteísmo – o contrário é o que aparenta ser o caso. (2) A definição do método antropológico de “primitivo” se iguala ao desenvolvimento tecnológico, e isso dificilmente seria um critério satisfatório, já que há tantos componentes em qualquer determinada cultura. (3) Os supostos estágios estão faltando com frequência ou são completamente ignorados. (4) Finalmente, a maioria das culturas politeístas mostram vestígios de monoteísmo nos primeiros estágios do seu desenvolvimento. 

O que encontramos é um Deus monoteísta pessoal e masculino que mora no céu, tem grande poder e conhecimento, criou o mundo, é o autor da moralidade à qual prestaremos contas; vemos também que temos na verdade desobedecido a Ele e que somos, como resultado, dEle alienados, mas também recebedores de uma uma forma de reconciliação. Quase toda religião apresenta uma certa variação desse Deus em algum ponto do seu passado antes de se desenvolver no grande caos do politeísmo. Portanto, parece ser o caso que a maioria das religiões começou com monoteísmo e se “desenvolveu” até o politeísmo, animismo e mágica – não o contrário (O Islamismo é um caso muito raro, havendo regressado ao ponto de partida de uma crença monoteísta). Até com esse movimento, o politeísmo é muitas vezes funcionalmente monoteísta ou henoteísta. É raro encontrar uma religião politeísta que não tenha um de seus deuses exercendo soberania sobre todos os outros, com os deuses inferiores apenas agindo como intermediários.

Argumentos Filosóficos e Teológicos para o Monoteísmo – Há vários argumentos filosóficos para a impossibilidade da existência de mais de um Deus. Muitos desses argumentos dependem bastante da posição metafísica de alguém em relação à natureza da realidade. Infelizmente, em um artigo tão curto como este, seria impossível defender essas posições metafísicas básicas para então mostrar o que elas ensinam em relação ao monoteísmo, mas fique certo de que há fortes bases teológicas e filosóficas para essas verdades que datam de milênios atrás (e a maioria é bem evidente). Em resumo, então, temos três argumentos que alguém pode escolher investigar (listados em certa ordem de dificuldade):

1. Se mais de um Deus existisse, então o universo estaria em total desordem por causa de múltiplos criadores e autoridades, mas não está em desordem; portanto, há apenas um Deus.

2. Já que Deus é um ser completamente perfeito, então não pode existir um segundo Deus, pois eles teriam que ser diferentes de alguma forma, e ser diferente de perfeição completa é ser menos que perfeito e não Deus.

3. Já que Deus é infinito em Sua existência, então Ele não pode ter partes (pois partes não podem ser adicionadas para alcançar o infinito). Se a existência de Deus não for apenas uma parte dele (com é o caso de todas as coisas, quer existam ou não), então Ele tem que ter uma existência infinita. Portanto, não pode haver dois seres infinitos, pois um teria que ser diferente do outro, e ser diferente da existência infinita é não existir de forma alguma.

Alguém pode querer argumentar que muitos desses argumentos não excluiriam uma sub-classe de “deuses”, e isso é aceitável. Apesar de sabermos que isso não é verdade biblicamente falando, não há nada de errado com esse pensamento em teoria. Em outras palavras, Deus poderia ter criado uma sub-classe de “deuses”, mas a verdade é que Ele não fez assim. Se tivesse, esses “deuses” seriam seres criados e com limites, provavelmente como os anjos (veja Salmo 82). Isso não é um argumento contra o monoteísmo - o qual não defende que não possa haver outros seres espirituais – apenas que não pode existir mais de um Deus.
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