Mateus 15.1 – 9: Tradição religiosa que não entende o valor espiritual dos ritos tende a ser legalista e sem misericórdia. Este é o caso dos fariseus e mestres da lei dos dias de Jesus Cristo.
O Senhor os repreende severamente por não entenderem o verdadeiro espírito da Lei e adverte os seus discípulos a não darem ouvidos a eles.
Mateus 15.10 – 14: Jesus ensina que alimentos não podem tornar o ser humano impuro. Porque o que é ingerido pela boca, após o processo é lançado fora.
Mateus 15.15 – 20: Pedro fica intrigado com o novo ensino de Cristo. Afinal eles estavam em uma comunidade completamente ritualística, onde tudo era sinônimo de pureza ou impureza.
Jesus ensina que o coração é a fonte da pureza ou impureza do ser humano. Isto acontece porque dele “saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, os falsos testemunhos e as calúnias”.
Mateus 15.21 – 28: A missão de Jesus era anunciar o Reino de Deus aos judeus. No entanto, a região da Galileia era habitada por muitos estrangeiros os quais também se maravilhavam com o ensino e os milagres dele.
Uma mulher cananeia seguiu ao Senhor e seus discípulos, gritando e pedindo que ele curasse sua filha.
A princípio o Senhor se mostra relutante, mas a perseverança e a fé da mulher acabam por convencê-lo e o Senhor libera uma palavra de cura sobre a menina, que tem sua saúde restaurada.
Mateus 15.29 – 31: Mais uma vez os evangelhos registram o poder de Jesus para operar milagres.
Mateus 15.32 – 39: Ver Estudo Bíblico Sobre a Multiplicação de Pães e Peixes.

Esboço de Mateus 15:

15.1 – 9: Jesus repreende os fariseus e mestres da lei
15.10 – 14: O que torna o ser impuro?
15.15 – 20: A impureza vem do coração
15.21 – 28: Jesus cura a filha de uma cananeia
15.29 – 31: Jesus cura as multidões
15.32 – 39: A segunda multiplicação de pães e peixes

O Orgulho Bloqueia
“JESUS CHAMOU PARA JUNTO DE SI A MULTIDÃO E DISSE: “OUÇAM E ENTENDAM. O QUE ENTRA PELA BOCA NÃO TORNA O HOMEM ‘IMPURO’; MAS O QUE SAI DE SUA BOCA, ISTO O TORNA ‘IMPURO’ “. (MATEUS 15.11,12)
A multidão tinha se afastado enquanto Cristo estava discursando para os escribas e fariseus. Provavelmente estes homens orgulhosos tinham ordenado que as pessoas se afastassem, não desejando falar com Cristo diante da multidão.
Cristo devia satisfazê-los com uma conversa em particular. Mas Cristo tinha uma preocupação com a multidão.
Ele logo dispensou os escribas e os fariseus, desviou-se deles e convidou a multidão para que fossem seus ouvintes: assim são evangelizados os pobres; e Cristo escolheu as coisas loucas e desprezíveis deste mundo.
O humilde Jesus aceitou aquelas pessoas que os orgulhosos fariseus olhavam com desdém, e agiu dessa maneira para a humilhação dos fariseus. Ele se afasta deles por serem teimosos e impossíveis de serem ensinados, e se volta para as pessoas que, embora fracas, eram humildes e desejavam ser ensinadas.

Os Humildes Entendem

A elas, Ele disse: “Ouvi e entendei”. Nós devemos nos empenhar ao máximo para compreender aquilo que ouvimos da boca de Cristo. Não somente os intelectuais, mas também a multidão, as pessoas comuns, devem se esforçar em suas mentes para compreender as palavras de Cristo.
Portanto, Ele as convoca para que entendam, porque o ensino que ele iria apresentar agora era contrário às noções que tinham absorvido, como leite, dos seus mestres, e invalidava muitos dos costumes e usos ao quais eles se dedicavam, e enfatizavam.
Observe que é necessária uma grande concentração da mente e uma clareza de entendimento para libertar os homens daqueles princípios e procedimentos corruptos nos quais eles foram criados, e aos quais foram acostumados durante muito tempo; pois neste caso, o entendimento normalmente é influenciado e corrompido pelo preconceito. 

Contaminados Por Dentro

“O que contamina o homem não é o que entra na boca”. Não é o tipo nem a qualidade do nosso alimento, nem a condição das nossas mãos, que afetam a alma com alguma contaminação ou profanação moral.
“O reino de Deus não é comida nem bebida” (Romanos 14.17), algo que contamina o homem, que por esta culpa se encolhe diante de Deus, que resulta em algo ofensivo a ele, e que desse modo é inadequado para a comunhão com ele.
Aquilo que comemos de maneira irracional e sem moderação traz um resultado negativo, pois “todas as coisas são puras para os puros” (Tito 1.15). Os fariseus consideravam que a contaminação cerimonial era agravada pelo fato de alguém comer isto ou aquilo, e iam muito além do que a lei pretendia.
Eles a sobrecarregavam com acréscimos de sua autoria, contra os quais o nosso Salvador dá testemunho. Ele pretendia, com isso, preparar o caminho para uma anulação da lei cerimonial a este respeito.
Ele estava começando a ensinar os seus seguidores a não chamar nada de comum ou impuro; e se Pedro, quando recebeu a ordem de matar e comer, tivesse se lembrado dessas palavras, não teria dito: “De modo nenhum, Senhor” (Atos 10.13-15,28).

Sai da Boca

 “Mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem”. Nós somos contaminados, não pelo alimento que comemos sem lavar as mãos, mas pelas palavras que proferimos com um coração não santificado; é assim que a boca faz pecar a carne (Eclesiastes 5.6).
Cristo, em um sermão anterior, colocou grande ênfase sobre as nossas palavras (capítulo 12.36,37), e ali Ele tinha a intenção de reprovar e advertir aqueles que o criticavam; aqui, a intenção é reprovar e advertir aqueles que criticam os discípulos, e os censuram.
Não são os discípulos que se contaminam com o que comem, mas os fariseus que se contaminam com o que falam deles, com desprezo e críticas.
Aqueles que acusam os outros de transgredir os mandamentos dos homens, muitas vezes atraem uma culpa maior sobre si mesmos, por transgredirem a lei de Deus que trata dos julgamentos precipitados.
Os que mais se contaminam são aqueles que se apressam a censurar a contaminação dos outros.