O relato de João 2 nos coloca no início do ministério público de Jesus, embora, como diz Carson (2007, p. 166), poderíamos considerá-lo como semipúblico, pois só os que serviam durante a festa, e os discípulos que já acompanhavam o Senhor, tiveram conhecimento da origem do vinho novo que foi servido.
Ao mesmo tempo em que esse milagre, que João transforma em sinal, mostra o início das manifestações de Jesus, ele inicia também uma divisão importante no evangelho, que alguns estudiosos, conforme Bock (2006, p. 401), denominam de “livro dos sinais antes da hora”.
Esses sinais estão relatados no trecho de 2.1 a 11.57, e mostram os sete milagres que João escolheu para transformá-los em sinais, com o objetivo de apontarem claramente para Jesus como o Cristo (20.30–31).
Segundo nosso entendimento, os sete milagres transformados em sinais como já mencionamos anteriormente, revelam a glória de Jesus como o Cristo de Deus (conf. 1.14). (Neves, I., & McGee, J. V. (2012). Comentário Bíblico de João. (I. Mazzacorati, Org.) (Segunda edição, p. 45). São Paulo, SP: Rádio Trans Mundial.)

Esboço de João 2:

João 2.1 – 12: A transformação da água em vinho, o primeiro sinal de Jesus
João 2.13 – 22: A purificação do templo
João 2.23 – 25: As primeiras reações diante das manifestações de Jesus

João 2.1 – 12: A transformação da água em vinho, o primeiro sinal de Jesus

1 No terceiro dia houve um casamento em Caná da Galiléia. A mãe de Jesus estava ali;
2 Jesus e seus discípulos também haviam sido convidados para o casamento.
3 Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”.
4 Respondeu Jesus: “Que temos nós em comum, mulher? A minha hora ainda não chegou”.
5 Sua mãe disse aos serviçais: “Façam tudo o que ele lhes mandar”.
6 Ali perto havia seis potes de pedra, do tipo usado pelos judeus para as purificações cerimoniais; em cada pote cabiam entre oitenta e cento e vinte litros.
7 Disse Jesus aos serviçais: “Encham os potes com água”. E os encheram até a borda.
8 Então lhes disse: “Agora, levem um pouco ao encarregado da festa”. Eles assim fizeram,
9 e o encarregado da festa provou a água que fora transformada em vinho, sem saber de onde este viera, embora o soubessem os serviçais que haviam tirado a água. Então chamou o noivo
10 e disse: “Todos servem primeiro o melhor vinho e, depois que os convidados já beberam bastante, o vinho inferior é servido; mas você guardou o melhor até agora”.
11 Este sinal milagroso, em Caná da Galiléia, foi o primeiro que Jesus realizou. Revelou assim a sua glória, e os seus discípulos creram nele.
12 Depois disso ele desceu a Cafarnaum com sua mãe, seus irmãos e seus discípulos. Ali ficaram durante alguns dias.

João 2.13 – 22: A purificação do templo

13 Quando já estava chegando a Páscoa judaica, Jesus subiu a Jerusalém.
14 No pátio do templo viu alguns vendendo bois, ovelhas e pombas, e outros assentados diante de mesas, trocando dinheiro.
15 Então ele fez um chicote de cordas e expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois; espalhou as moedas dos cambistas e virou as suas mesas.
16 Aos que vendiam pombas disse: “Tirem estas coisas daqui! Parem de fazer da casa de meu Pai um mercado!”
17 Seus discípulos lembraram-se que está escrito: “O zelo pela tua casa me consumirá”.
18 Então os judeus lhe perguntaram: “Que sinal milagroso o senhor pode mostrar-nos como prova da sua autoridade para fazer tudo isso?”
19 Jesus lhes respondeu: “Destruam este templo, e eu o levantarei em três dias”.
20 Os judeus responderam: “Este templo levou quarenta e seis anos para ser edificado, e o senhor vai levantá-lo em três dias?”
21 Mas o templo do qual ele falava era o seu corpo.
22 Depois que ressuscitou dos mortos, os seus discípulos lembraram-se do que ele tinha dito. Então creram na Escritura e na palavra que Jesus dissera.

João 2.23 – 25: As primeiras reações diante das manifestações de Jesus

23 Enquanto estava em Jerusalém, na festa da Páscoa, muitos viram os sinais milagrosos que ele estava realizando e creram em seu nome.
24 Mas Jesus não se confiava a eles, pois conhecia a todos.
25 Não precisava que ninguém lhe desse testemunho a respeito do homem, pois ele bem sabia o que havia no homem.