Parábola do Filho Pródigo Comentada: O VERDADEIRO Arrependimento
A parábola do filho pródigo é um clássico dos ensinamentos de Jesus Cristo e um clássico da literatura cristã. O filho pródigo representa cada uma daqueles que preferem viver longe de Deus, o pai, e “curtir” os prazeres do mundo.
Neste estudo bíblico vamos fazer uma análise detalhada sobre os diversos assuntos abordados, explicando cada um dos momentos dessa maravilhosa ilustração.
Parábola do Filho Pródigo e os Dois Filhos
Jesus continuou: “Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao seu pai: ‘Pai, quero a minha parte da herança’. Assim, ele repartiu sua propriedade entre eles. (Lucas 15.12)
De acordo com as normas da antiga aliança, o filho mais novo tinha direito a um terço da herança de seu pai. Assim como nos nossos dias, a herança poderia ser dividida antes do falecimento do pai, desde que ele concordasse.
A parábola do filho pródigo procura enfatizar o livre arbítrio. Ou seja, o poder, a liberdade que o ser humano tem de escolher tanto o bem quanto o mal.
O filho mais novo tinha a liberdade de utilizar a sua parte da herança como bem entendesse, o que ele não podia, era exigir essa herança enquanto seu pai estivesse vivo.
Neste ponto, a parábola procura mostrar os conflitos existentes entre pais e filhos, no que se refere ao cumprimento de regras e os desejos e ambições da juventude.
Gastando a Herança
“Não muito tempo depois, o filho mais novo reuniu tudo o que tinha, e foi para uma região distante; e lá desperdiçou os seus bens vivendo irresponsavelmente. (Lucas 15.13)
É provável que o filho pródigo tenha partido para uma das grandes cidades de seus dias. Alexandria, Roma, Corinto, Babilônia, ou alguma outra cidade estonteante.
Ele transformou toda a sua herança em dinheiro e rapidamente encontrou meios para viver de forma dissoluta, obstinada, sem limites. Nos nossos dias o seu lema seria: “Sexo, drogas e Rock’n roll”.
Era como se ele estivesse em um grande Cassino de Las Vegas. Jogos, mulheres, bebidas. A sua lucidez foi destruída por suas fantasias.
A parábola do filho pródigo procura mostrar com isso, que a inexperiência do jovem e as fantasias criadas em sua mente, se for frutífera para o mal, representam a condição do pecador perdido.
Perceba que ele partiu para bem longe de tudo o que podia lhe lembrar alguma autoridade. Para longe do seu Deus e dos seus pais, o seu único compromisso era o de satisfazer o seu ambicioso desejo de pecar.
Perceba que a parábola do filho pródigo é uma espécie de resumo. O pródigo partiu para uma terra distante e se perdeu, lembrando a parábola da ovelha perdida. Em seguida, ele gasta toda a sua herança e fica paupérrimo, lembrando a parábola da dracma perdida.
Embora a parábola do filho pródigo reflita de alguma forma, outras duas, ela possui uma particularidade. A ovelha perdida e a dracma perdida precisavam ser procuradas exteriormente. No caso do filho pródigo, ele perdeu-se dentro de si mesmo.
Seus valores, e sua fé foram sufocados pelos seus desejos carnais. Isso nos lembra o conselho do apóstolo Paulo aos Gálatas:
“Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna” (Gálatas 6:8)
“Por isso digo: vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne”. (Gálatas 5:16)
Vemos no pródigo um claro compromisso com sua natureza pecaminosa.
O Filho Pródigo Passa Necessidade
Depois de ter gasto tudo, houve uma grande fome em toda aquela região, e ele começou a passar necessidade. Por isso foi empregar-se com um dos cidadãos daquela região, que o mandou para o seu campo a fim de cuidar de porcos. (Lucas 15. 14,15)
A ilusão promovida pelo pecado está acabando. Uma grande fome ou escassez atingiu toda a região em que o filho pródigo está esbanjando seus bens. A questão é que de “onde se tira e não se coloca, acaba”. Foi o que aconteceu.
O diabo cegou o entendimento do jovem, como está escrito: “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus”. (2 Coríntios 4:4).
Quando seus bens acabaram, os “amigos-irmãos”, as mulheres, a alegria, foram embora também. Ele só se deu conta de sua necessidade quando ficou sem nada. Essa fome é o desejo por algo superior. É o vazio da alma que só pode ser preenchido pela presença de Deus.
O Senhor Jesus Cristo disse: “Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede”. (João 6:35).
Só é possível encontrar satisfação real em Jesus Cristo. Não há elementos humanos que possam saciar a fome e a sede de vida que a humanidade possui.
A sua necessidade o levou as partes mais baixas da sociedade judaica. Foi pedir emprego a um criador de porcos. O que para um descendente de Abraão era algo extremamente vergonhoso.
É isso que o pecado faz com o ser humano. Diverte por um momento e cria uma ilusão, enquanto abre um buraco na alma. Quando a abertura está grande o suficiente, quando ele já tem um escravo puxa a cortina e mostra a realidade.
O Filho Pródigo Enfrenta o Desprezo
Ele desejava encher o estômago com as vagens de alfarrobeira que os porcos comiam, mas ninguém lhe dava nada. (Lucas 15.16)
A necessidade do filho pródigo aumenta. Ao seu redor não há mais nada, apenas uma riqueza de escassez e comida de porcos.
A medida que sua fome aumentava seus desejos se tornavam menos exigentes. Ele passou a desejar a comida dos porcos. Alfarrobeira ou alfarrobas era utilizada como ração para os animais na Palestina. Apenas as pessoas mais necessidades é que as utilizavam como alimento.
A sua necessidade não é penas material. Ele está extremamente carente de amor e cuidado, de alguém que se importe realmente com seu bem-estar. O afeto, amor e cuidado que ele tinha na casa de seu pai estavam, agora, mais distante do que os quilômetros que os dividiam.
Caiu a Ficha
“Caindo em si, ele disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm comida de sobra, e eu aqui, morrendo de fome! (Lucas 15.17)
O filho pródigo “caiu em si”. A escassez, a fome e a ausência de amor trouxeram a sanidade do jovem de volta. Isso nos faz entender que o pecado tira o entendimento.
Agora ele já não é mais aquele inconsequente. As experiências adquiridas pelo sofrimento lhe levaram a fazer uma comparação com a casa de seu pai e perceber que ele não precisava viver daquela forma.
A parábola do filho pródigo procura, nesse ponto mostrar a humanidade que ela não precisar viver em escassez de amor, afeto e até mesmo de cuidado nas coisas cotidianas.
Deus o pai bondoso, quer cuidar de nós. Ele tem um lar e um ambiente de paz preparado para nossas almas, mente e corpo. Não é a intenção de Deus, cuidar de apenas uma parte de nós, mas sim cuidar do nosso ser de forma integral.
A Decisão do Filho Pródigo
Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados’. (Lucas 15.18,19)
Obviamente o filho pródigo refletia sobre o conforto e o cuidado da casa de seu pai. Porém, o que mais ele ansiava era por paz. Isso produziu conversão. Mudança de direção. O jovem que prosseguia a passos largos o caminho da perdição, quer voltar para casa do pai.
Essa disposição confirma o sentimento de profundo arrependimento. Seu desejo de voltar e submeter-se a profunda humilhação, são sinais contundentes de metanoia, (palavra de origem grega que significa: mudança essencial de pensamento, caráter).
A próxima atitude do filho pródigo é voltar para a casa de seu pai. Ele não apenas desejou. Ele fez. Muitas pessoas hoje em dia vão a Igreja, ouvem a Palavra de Deus, mas demoram muito até tomar uma decisão.
Muitas vezes argumentam: “eu ainda não senti”, ou “Deus não toucou em meu coração”. É preciso que estejamos atentos ao que está escrito em (Hebreus 3:7-11):
Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais os vossos corações, como na provocação, no dia da tentação no deserto.Onde vossos pais me tentaram, me provaram, e viram por quarenta anos as minhas obras.Por isso me indignei contra esta geração, E disse: Estes sempre erram em seu coração, E não conheceram os meus caminhos. Assim jurei na minha ira. Que não entrarão no meu repouso.
Ao “cair em si”, ou seja, perceber que precisava voltar, se humilhar e pedir perdão, o filho pródigo não procrastinou. Não houve adiamento. Ele não apenas desejou voltar a casa do pai. Ele voltou.
O texto de Hebreus é muito claro quanto ao tempo para arrepender-se. O Senhor Jesus disse que o Espírito Santo seria o agente de convencimento do pecado, da justiça e do juízo (João 16.8).
Entretanto, no texto aos Hebreus o escritor declara: “como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais os vossos corações…”. Esse texto dá a entender que o próprio Espírito Santo, agente do convencimento, aconselha a que não haja endurecimento.
Sendo assim, é possível imaginar que caso quisesse, o filho pródigo poderia resistir ao chamado. A despeito de todo sofrimento e consequências. Mas ele não quis resistir. Não teve vergonha. Ao “cair em si” sobre seu erro, voltou.
Muitas pessoas esperam que o próprio Deus faça tudo. Não somos marionetes. Somos pessoas, criadas a semelhança de Deus. Livres para escolher o bem e o mal. O princípio de Deuteronômio cabe muito bem aqui:
“Vejam que hoje ponho diante de vocês vida e prosperidade, ou morte e destruição. Hoje invoco os céus e a terra como testemunhas contra vocês, de que coloquei diante de vocês a vida e a morte, a bênção e a maldição. Agora escolham a vida, para que vocês e os seus filhos vivam”. (Deuteronômio 30.15,19).
Ou seja, Deus propõe. Não impõe. Ele chama para viver bem, em paz, segurança, etc., desfrutando de sua presença. Para isso nos dá condições, colocando diante de nós a vida e a morte, a bênção e a maldição.
Mas aconselha: escolham a vida, para que vocês e os seus filhos vivam. Não há imposição no Reino de Deus. É preciso não apenas desejar, mas agir.
O Filho Pródigo Recebe Misericórdia
A seguir, levantou-se e foi para seu pai. “Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou. (Lucas 15.20)
O filho pródigo transforma o desejo em atitude e volta. E mesmo estando ainda longe o seu pai o viu, porque o esperava. É com certeza o ponto mais emocionante da parábola.
O jovem já não era mais o mesmo. Estava desfigurado pelo pecado. Sujo. Cheirava mal. Sua aparência não era a mesma de quando partiu. Era muito possível que as pessoas, e até o próprio pai o confundisse com um mendigo.
Mas não foi o que aconteceu. Estando ainda longe, o seu pai o viu. Não apenas isso, cheio de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou. Em sua canção, Raridade, Anderson Freire faz uma declaração muito profunda, até mal interpretada algumas vezes:
O pecado não consegue esconder
A marca de Jesus que existe em você
(Raridade, Anderson Freire, 2013)
Foi exatamente isso que aconteceu com o pródigo. Estava manchado, desfigurado pelo pecado. Mas o Espírito Santo produziu arrependimento em seu coração e ele voltou.
Ao vê-lo, de longe o Pai o reconheceu. O olhar do Pai não foi direcionado ao pecado que o desfigurava, mas ao seu coração arrependido. Movido de profunda compaixão, o Pai foi ao seu encontro e o abraçou e beijou. Dando a ele aceitação, carinho e amor. Algo que há muito ele não tinha.
Ao ver seu filho naquele estado, o Pai se colocou no lugar dele, quis aliviar a sua dor. Esse é o sentido da compaixão. Jesus Cristo com frequência manifesta esse sentimento:
Jesus teve compaixão deles e tocou nos olhos deles. Imediatamente eles recuperaram a visão e o seguiram. (Mateus 20:34).
Cheio de compaixão, Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse: “Quero. Seja purificado! ” (Marcos 1:41).
Quando Jesus saiu do barco e viu uma grande multidão, teve compaixão deles, porque eram como ovelhas sem pastor. Então começou a ensinar-lhes muitas coisas. (Marcos 6:34)
Jesus chamou os seus discípulos e disse: “Tenho compaixão desta multidão; já faz três dias que eles estão comigo e nada têm para comer. Não quero mandá-los embora com fome, porque podem desfalecer no caminho”. (Mateus 15:32).
Ou seja, a compaixão é um sentimento presente que constantemente se manifesta no nosso Deus, na verdade essa compaixão é a causa de nós não sermos consumidos (Lamentações 3.22).
O Filho Pródigo e o Amor do Pai
“O filho lhe disse: ‘Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho’. “Mas o pai disse aos seus servos: ‘Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés. (Lucas 15.21,22)
O filho pródigo estava fazendo exatamente como havia desejado anteriormente. Embora tenha percebido a disposição do pai ao aceitá-lo. O pai já havia demonstrado amor e ternura quando percebeu de longe sua chegada e correu ao seu encontro, com compaixão, beijos e abraços.
Mesmo assim o filho pródigo lhe apresentou um sincero e emocionado pedido de desculpas. Reconhecendo até mesmo, não ser digno de ser chamado de filho.
Mas o pai amoroso e bom, interrompe o discurso. Diz aos seus servos que lhe tragam a melhor roupa, roupa de filho e vistam-no. Aqui está representada as vestes de justiça com a qual Deus nos revestiu por intermédio do Senhor Jesus Cristo. Os trapos de tristeza, angústia, vergonha são substituídos por vestes de alegria (Isaías 61.3).
Ordena que tragam o anel da família, o anel de filho. Essa atitude demonstra mais uma vez seu afeto, amor. A mensagem aqui para o filho pródigo é a de que não há ressentimentos.
Por fim, ordena que calcem os seus pés. Os escravos e trabalhadores familiares daqueles dias, usualmente trabalhavam descalços. Mas agora ele era um homem livre. Com isso o pai do filho pródigo encerra o ciclo de redenção: As vestes, o anel e as sandálias.
A mensagem do pai é a de regeneração. Restituição. Não há punição, ou diminuição. Tudo isso já havia sido aplicado a ele pelo peso do pecado. O pai não permitiu que o filho pródigo terminasse o discurso. As próximas palavras dele seria: “trata-me como um dos teus empregados”.
O pai não poderia rebaixar seu filho. Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. (Romanos 8:14). Ele havia sido guiado até ali pelo Espírito de Deus para arrependimento.
Aqueles que estão em Cristo através da conversão, do arrependimento, não podem ser tratados como “escravos”, são reconhecidos e tratados como filhos. Observe os textos a seguir:
Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória. (Romanos 8:17)
Assim, você já não é mais escravo, mas filho; e, por ser filho, Deus também o tornou herdeiro. (Gálatas 4:7)
O filho pródigo voltou a ser, não apenas filho. Mas também herdeiro.
Grande Alegria
Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e comemorar. Pois este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado’. E começaram a festejar. (Lucas 15.23,24)
Era tradição nas famílias, nos dias do ministério de Jesus na Palestina, separar um animal para servir em uma ocasião especial. O animal era bem alimentado com o propósito de que quando fosse necessário estivesse pronto.
O pai do filho pródigo, ordena que o “novilho gordo seja” preparado. É uma momento especial. O pai quer comemorar o retorno de seu filho. A alegria toma conta ao final, assim como na parábola da ovelha perdida e na parábola da dracma perdida.
Afinal, o filho pródigo estava “morto”, “perdido”. A condição do filho pródigo era de pecado. Ele estava distante de Deus (pai) e do seu povo (nação). O texto de Efésios 2.1, descreve bem a condição espiritual em que estava:
Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, nos quais costumavam viver, quando seguiam a presente ordem deste mundo e o príncipe do poder do ar, o espírito que agora está atuando nos que vivem na desobediência.
Anteriormente, todos nós também vivíamos entre eles, satisfazendo as vontades da nossa carne, seguindo os seus desejos e pensamentos. Como os outros, éramos por natureza merecedores da ira.
Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida juntamente com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões — pela graça vocês são salvos. (Efésios 2:1-5)
O Filho Pródigo e o Filho Mais Velho
Enquanto isso, o filho mais velho estava no campo. Quando se aproximou da casa, ouviu a música e a dança. Então chamou um dos servos e perguntou-lhe o que estava acontecendo. Este lhe respondeu: ‘Seu irmão voltou, e seu pai matou o novilho gordo, porque o recebeu de volta são e salvo’. (Lucas 15.25 – 27)
A partir deste ponto, começa a segunda parte da parábola do filho pródigo. O Senhor Jesus começa a apresentar o filho mais velho.
O quadro pintado revela que o verdadeiro filho pródigo era ele. A sua insatisfação ao saber do retorno de seu irmão mais novo e a forma como foi recebido, despertam uma ira avassaladora.
O irmão mais velho é a representação dos fariseus e todos os legalistas religiosos. Aqueles que se acham mais merecedores do favor do Pai do que toda a grande maioria.
A Ira
O filho mais velho encheu-se de ira, e não quis entrar. Então seu pai saiu e insistiu com ele. Mas ele respondeu ao seu pai: ‘Olha! Todos esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço e nunca desobedeci às tuas ordens. Mas tu nunca me deste nem um cabrito para eu festejar com os meus amigos. Mas quando volta para casa esse seu filho, que esbanjou os teus bens com as prostitutas, matas o novilho gordo para ele! ’. (Lucas 15.28 – 30)
O pai, tenta explicar o cenário do retorno do filho pródigo ao mais velho, na perspectiva de que ele compreendesse a sua compaixão. Não funcionou!
O perfil do filho mais velho é soberbo, sem-misericórdia e justo aos próprios olhos. É a descrição perfeita dos religiosos dos dias de Jesus. Perfeitos aos seus próprios olhos, acreditavam ser merecedores do favor de Deus.
Ao mesmo tempo, discriminavam pessoas por motivos banais, ou seja, não possuíam o menor amor para com o próximo. O filho mais velho estava desviado em seu coração. Só tinha compaixão de si mesmo:
“Olha! Todos esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço e nunca desobedeci às tuas ordens. Mas tu nunca me deste nem um cabrito…”.
Mesmo sendo dono de mais da metade da herança do pai por direito, o filho mais velho se achava injustiçado, menos valorizado. Isso representa mais uma vez o caráter dos fariseus. Extremante “obedientes”, mas não tinham humildade e eram totalmente destituídos de misericórdia.
Outra característica do filho mais velho, é a falta de respeito ao pai. Ele fala com seu pai, mas não lhe dirige a palavra “pai”. Algo totalmente contrário, ao que fez o filho pródigo. Mesmo com a reputação manchada por seus erros, ao voltar tratou seu pai com respeito.
Na parábola do filho pródigo o filho mais velho representa a lei. Caso ele tivesse recebido seu irmão, perdido, o obrigaria a trabalhar como um escravo, o açoitaria com varas por causa de seus erros e muito provavelmente não lhe colocaria vestes de filho. Graças a Deus por seu dom indescritível! (2 Coríntios 9:15)
O Amor do Pai
“Disse o pai: ‘Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que tenho é seu. Mas nós tínhamos que comemorar e alegrar-nos, porque este seu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi achado’ “. (Lucas 15.31,32)
O pai do filho mais velho é um exemplo da graça de Deus. Ele não rejeitou o filho pródigo, mesmo tendo gasto sua herança com um mergulho profundo no pecado. Da mesma forma, não tratou mal a seu filho mais velho, mesmo tendo ele agido arrogantemente contra ele e contra seu irmão.
Isso nos mostra que o tratamento dado ao pródigo não era fruto de preferência de filhos. A atitude do pai revela que o filho mais velho está errado. É exatamente como está escrito: “O Senhor é misericordioso e compassivo, paciente e transbordante de amor”. (Salmos 145:8)
Deus é bom!
Conclusão
Na parábola do filho pródigo, Jesus nos dá mais um exemplo da maravilhosa graça de Deus. O tema do amor de Deus, tratado na parábola da ovelha perdida e na parábola da dracma perdida é ainda mais aprofundado.
No contexto do filho pródigo, o Senhor Jesus amplifica o cenário. Dessa vez, ele aborda Deus, o amor, a graça e lei, e a religiosidade sem compaixão.
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