domingo, 28 de fevereiro de 2021

 

Sou um hindu. Por que devo pensar em me tornar um cristão?


 Comparar o Hinduísmo e o Cristianismo é difícil, em parte, porque o Hinduísmo é uma religião difícil para os ocidentais entenderem. Ele representa uma história rica e uma teologia elaborada. Talvez não exista religião no mundo que seja mais diversificada ou ornamentada. Comparar o Hinduísmo e o Cristianismo pode facilmente sobrecarregar o novato em comparar religiões. Assim, a pergunta proposta deve ser analisada com cuidado e humildade. A resposta dada aqui não pretende ser abrangente e nem supõe uma compreensão profunda do Hinduísmo em qualquer aspecto. Esta resposta meramente compara alguns pontos entre as duas religiões em um esforço para mostrar como o Cristianismo é merecedor de consideração especial.

Em primeiro lugar, o Cristianismo deve ser considerado por sua viabilidade histórica. Ele tem personagens e eventos historicamente enraizados no seu esquema que são identificáveis através das ciências forenses, como a arqueologia e crítica textual. O Hinduísmo certamente tem uma história, mas a sua teologia, mitologia e história são tão frequentemente embaçadas juntas que torna-se difícil identificar onde uma termina e a outra começa. A mitologia é abertamente aceita dentro do Hinduísmo, o qual utiliza mitos elaborados para explicar as personalidades e naturezas dos deuses. O Hinduísmo tem uma certa flexibilidade e adaptabilidade através da sua ambiguidade histórica. Mas, onde a religião não é histórica, ela é bem menos testável – talvez não seja falsificável nesse ponto, mas também não é verificável. É a história literal da tradição judaica e eventualmente cristã que justifica a teologia do Cristianismo. Se Adão e Eva não existiram, se Israel não teve um êxodo do Egito, se Jonas foi apenas uma alegoria ou se Jesus não andou na terra, então toda a religião cristã pode potencialmente se desmoronar. Para o Cristianismo, uma história falaciosa significaria uma teologia porosa. Esse enraizamento histórico poderia ser uma fraqueza, exceto que as peças historicamente testáveis da tradição cristã são tão frequentemente validadas que a fraqueza se torna uma força.

Em segundo lugar, embora tanto o Cristianismo quanto o Hinduísmo tenham figuras históricas importantes, somente Jesus é mostrado como tendo ressuscitado corporalmente dentre os mortos. Muitas pessoas na história têm sido mestres sábios ou começaram movimentos religiosos. O Hinduísmo tem sua parcela de sábios mestres e líderes terrenos, mas Jesus se destaca. Os Seus ensinamentos espirituais são confirmados com um teste que só o poder divino poderia aprovar - a morte e a ressurreição corporal – um fato sobre o qual Ele profetizou e cumpriu em Si mesmo (Mateus 16:21; 20:18-1; Marcos 8:31; Lucas 9: 22; João 20-21, 1 Coríntios 15).

Além disso, a doutrina cristã da ressurreição se destaca da doutrina hindu da reencarnação. Estas duas ideias não são iguais e só a ressurreição pode ser deduzida de forma convincente a partir do estudo histórico e probatório. A ressurreição de Jesus Cristo em particular tem justificativa considerável através dos estudos seculares e religiosos. A sua verificação não faz nada para verificar a doutrina hindu da reencarnação. Considere as seguintes diferenças:

A ressurreição envolve uma morte, uma vida, um corpo mortal e um corpo novo e glorificado imortalmente. A ressurreição acontece por intervenção divina, é monoteísta, é uma libertação do pecado e, finalmente, ocorre apenas no fim dos tempos. A reencarnação, ao contrário, envolve múltiplas mortes, várias vidas, vários corpos mortais e nenhum corpo imortal. Além disso, a reencarnação acontece pela lei natural, geralmente é panteísta (tudo é Deus), opera na base do carma e é sempre operativa. É claro que listar as diferenças não prova a verdade de nenhum lado. No entanto, se a ressurreição for historicamente demonstrável, então distinguir estas duas opções pós-vida separa a narrativa justificada da injustificada. Tanto a ressurreição de Cristo quanto a maior doutrina cristã da ressurreição merecem consideração.

Em terceiro lugar, as Escrituras cristãs são historicamente notáveis e merecem uma consideração séria. Em vários testes, a Bíblia supera os Vedas hindus e, na verdade, todos os outros livros da antiguidade. Pode-se até dizer que a história da Bíblia é tão convincente que duvidar dela é duvidar da própria história, já que é o livro mais historicamente verificável de toda a antiguidade. O único livro mais historicamente verificável que o Antigo Testamento (a Bíblia hebraica) é o Novo Testamento. Considere o seguinte:

1) Mais manuscritos existem para o Novo Testamento do que para qualquer outro documento da antiguidade - 5000 manuscritos no grego antigo, 24.000 no total, incluindo outras línguas. A multiplicidade de manuscritos permite uma enorme base de pesquisa pela qual podemos comparar os textos uns com os outros e identificar o que os originais disseram.

2) Os manuscritos do Novo Testamento são mais próximos em idade aos originais do que qualquer outro documento da antiguidade. Todos os originais foram escritos dentro do tempo dos contemporâneos (testemunhas oculares), no primeiro século d.C., e atualmente temos partes do manuscrito de tão cedo quanto 125 d.C. Cópias de livros inteiros surgiram antes de 200 d.C., e o Novo Testamento completo pode ser encontrado em cerca de 250 d.C. O fato de que todos os livros do Novo Testamento foram inicialmente escritos durante o tempo das testemunhas significa que não houve tempo para que se transformassem em mito e folclore. Além disso, membros da Igreja podiam averiguar os fatos e reivindicações por serem testemunhas pessoais dos eventos.

3) Os documentos do Novo Testamento são mais precisos do que qualquer outro da antiguidade. John R. Robinson em Honest to God relata que os documentos do Novo Testamento possuem 99,9% de precisão (mais precisos de qualquer outro livro da antiguidade). Bruce Metzger, um especialista no Novo Testamento grego, sugere a taxa mais modesta de 99,5%.

Em quarto lugar, o monoteísmo cristão tem vantagens que o panteísmo e o politeísmo não têm. Não seria justo caracterizar o Hinduísmo como apenas panteísta ("Deus é tudo") ou apenas politeísta (com muitos deuses). Dependendo do ramo do Hinduísmo ao qual se adira, é possível que alguém seja panteísta, politeísta, monista ("tudo é um"), monoteísta ou uma série de outras opções. No entanto, duas correntes fortes dentro do Hinduísmo são o politeísmo e panteísmo. O monoteísmo cristão tem fortes vantagens sobre os outros dois. Devido a considerações de espaço, essas três cosmovisões são comparadas aqui no que diz respeito a apenas um ponto - a ética.

Tanto o politeísmo quanto o panteísmo têm uma base questionável para a sua ética. Com o politeísmo, se há muitos deuses, então qual deles tem o padrão mais autoritário de ética que os seres humanos devem observar? Quando existem vários deuses, então os seus sistemas de ética ou não existem, ou estão em harmonia ou conflito. Se não existem, então a ética é inventada e infundada. A fraqueza dessa posição é auto-evidente. Se os sistemas éticos não estão em conflito, então qual princípio os alinha? Esse princípio (qualquer que seja) seria mais definitivo que os deuses. Os deuses não seriam a autoridade final por responderem a alguma outra autoridade. Portanto, existe uma realidade maior à qual se deve aderir. Este fato faz com que o politeísmo pareça superficial, se não vazio. Na terceira opção, se os deuses entrarem em conflito em seus padrões de certo e errado, então obedecer a um só Deus é arriscar desobedecer ao outro, incorrendo punição. A ética seria relativa. O que é bom para um deus não seria necessariamente "bom" em um sentido objetivo e universal. Por exemplo, sacrificar uma criança para Kali seria louvável a um ramo do Hinduísmo, mas condenável para muitos outros. No entanto, o sacrifício de crianças, como tal, é repreensível em todas as circunstâncias. Algumas coisas por toda razão e aparência ou são certas ou erradas, independentemente.

O panteísmo não se sai muito melhor do que o politeísmo, uma vez que afirma que, em última análise, só há uma coisa - uma realidade divina - não permitindo assim quaisquer distinções definitivas entre o "bem" e o "mal". Se o "bem" e o "mal" fossem realmente distintos, então não haveria uma única e indivisível realidade. O panteísmo, em última análise, não permite distinções morais entre o "bem" e o "mal"; elas se dissolvem na mesma realidade indivisível. Além disso, mesmo se tais distinções pudessem ser feitas, o contexto do carma anula o contexto moral dessa distinção. O carma é um princípio impessoal tal como a lei natural da gravidade ou inércia. Quando o carma influencia alguma alma pecadora, não é um castigo divino que traz julgamento. Pelo contrário, é uma reação impessoal da natureza. Mas a moralidade requer personalidade - personalidade que o carma não pode oferecer. Por exemplo, não culpamos um pedaço de pau por ser utilizado em uma surra. A vara é um objeto sem capacidade ou dever moral. Em vez disso, culpamos a pessoa que o usou de forma abusiva. Essa pessoa tem uma capacidade e um dever moral. Da mesma forma, se o carma for apenas a natureza impessoal, então é amoral ("sem moral") e não é uma base adequada para a ética.

O monoteísmo cristão, no entanto, enraíza a sua ética na pessoa de Deus. O caráter de Deus é bom e, portanto, o que está de acordo com Ele e Sua vontade é bom. O que se afasta de Deus e Sua vontade é mau. Portanto, o único Deus serve como a base absoluta para a ética, permitindo uma base pessoal para a moralidade e justificando o conhecimento objetivo sobre o bem e o mal.

Em quinto lugar, a questão permanece: "O que fazer com o seu pecado?" O Cristianismo tem a resposta mais forte a este problema. O Hinduísmo, como o Budismo, tem pelo menos duas ideias sobre o pecado. Ele é por vezes entendido como ignorância. É pecado não ver ou entender a realidade como o Hinduísmo a define. Mas ainda há uma ideia de erro moral denominado "pecado". Fazer algo deliberadamente mau, quebrar uma lei espiritual ou terrena ou desejar coisas erradas seria um pecado. No entanto, essa definição moral do pecado aponta para um tipo de erro moral que exige expiação real. De onde pode surgir essa expiação? Pode ela vir através da adesão aos princípios cármicos? O carma é impessoal e amoral. Pode-se até fazer boas obras para "equilibrar a balança", mas não se pode nunca descartar o pecado. O carma nem mesmo fornece um contexto no qual o erro moral é mesmo moral. A quem temos ofendido se pecarmos em privado, por exemplo? O carma não se importa de uma forma ou de outra porque não é uma pessoa. Por exemplo, suponha que um homem mate o filho de outro homem. Ele pode oferecer dinheiro, propriedade ou o seu próprio filho para a parte ofendida. Mas ele não pode "desmatar" o jovem. Nenhuma quantidade de compensação pode compensar por esse pecado. Pode vir a expiação pela oração ou devoção a um Shiva ou Vishnu? Mesmo se esses personagens oferecerem o perdão, parece que o pecado ainda seria uma dívida não paga. Eles iriam perdoar o pecado como se fosse desculpável para então receberem as pessoas através dos portões da felicidade.

O Cristianismo, no entanto, trata o pecado como um erro moral contra um Deus único, supremo e pessoal. Desde Adão, os seres humanos têm sido criaturas pecadoras. O pecado é real e define uma abertura infinita entre o homem e a felicidade eterna. O pecado exige justiça, mas não pode ser "equilibrado" com um número igual ou maior de boas obras. Se alguém tiver boas obras dez vezes mais do que as obras más, então essa pessoa ainda tem o mal em sua consciência. O que acontece com as más obras restantes? Estão perdoadas como se nunca tivessem sido importantes? São permitidas na felicidade eterna? São meras ilusões que não causam problema algum? Nenhuma dessas opções é adequada. Quanto à ilusão, o pecado é muito real para ser descartado como uma mera ilusão. Quanto à pecaminosidade, quando somos honestos com nós mesmos, todos sabemos que pecamos. Quanto ao perdão, simplesmente perdoar o pecado sem nenhum custo o trata como se fosse de nenhuma consequência. Sabemos que isso é falso. Quanto à felicidade, ela não seria muito boa se o pecado continuasse se infiltrando. Parece que o carma nos deixa com o pecado em nossos corações e uma suspeita de que temos violado alguma norma pessoal superior do certo e errado. Além disso, a felicidade ou não pode nos tolerar ou deve deixar de ser perfeita para que possamos entrar.

Com o Cristianismo, no entanto, todo o pecado é punido, embora essa punição já tenha sido satisfeita no sacrifício pessoal de Cristo na cruz. Deus se fez homem, viveu uma vida perfeita e morreu a morte que nós merecíamos. Ele foi crucificado em nosso favor, um substituto para nós, e uma cobertura, ou expiação, por nossos pecados. Também ressuscitou, provando assim que nem mesmo a morte poderia conquistá-lo. Além disso, Ele promete a mesma ressurreição à vida eterna para todos os que têm fé nEle como o seu único Senhor e Salvador (Romanos 3:10, 23; 6:23; 8:12; 10:9-10; Efésios 2:8 - 9; Filipenses 3:21).

Finalmente, no Cristianismo podemos saber que somos salvos. Não temos que confiar em alguma experiência fugaz, em nossas próprias boas obras ou meditação fervorosa, nem colocamos a nossa fé em um falso deus que estamos tentando "fazer com que exista." Temos um Deus vivo e verdadeiro, uma fé historicamente ancorada, uma permanente e testável revelação de Deus (a Bíblia), uma base teologicamente satisfatória para a vida ética e um lar garantido no céu com Deus.

Então, o que isso significa em sua vida? Jesus é a realidade final! Jesus foi o sacrifício perfeito pelos nossos pecados. Deus oferece a todos nós o perdão e a salvação se simplesmente recebermos o Seu presente para nós (João 1:12), acreditando que Ele é o Salvador que deu a Sua vida por nós - Seus amigos. Ao colocar a sua confiança em Jesus como o seu único Salvador, você pode ter certeza absoluta da bem-aventurança eterna no céu. Deus vai perdoar os seus pecados, limpar a sua alma, renovar o seu espírito, dar-lhe vida abundante neste mundo e felicidade eterna no vindouro. Como podemos rejeitar um presente tão precioso? Como podemos virar as costas a esse Deus que nos amou o suficiente para sacrificar a Si mesmo por nós?

Se você não tiver certeza sobre o que acredita, convidamo-lo a dizer a seguinte oração a Deus: "Senhor, ajuda-me a saber o que é verdade. Ajuda-me a discernir o que é erro. Ajuda-me a saber qual é o caminho correto para a salvação." Deus vai sempre honrar tal oração.

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