quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Jesus poderia ter pecado?


 "Jesus poderia ter pecado? Se Ele não era capaz de pecar, como é que Ele é capaz de 'compadecer-se das nossas fraquezas' (Hebreus 4:15)? Se Ele não podia pecar, qual foi o propósito da tentação?"

Resposta: 
Essa pergunta é dividida em duas categorias. É importante lembrar que essa não é uma questão de se Jesus pecou ou não. Os dois lados concordam, como a Bíblia claramente ensina, que Jesus não pecou. A questão é se Jesus poderia ter pecado. Aqueles que defendem a impecabilidade de Cristo acreditam que Jesus não poderia ter pecado. Aqueles que defendem a pecabilidade de Cristo acreditam que Jesus poderia ter pecado, mas não pecou. Qual opinião é a correta? O ensinamento claro das Escrituras é que Jesus era impecável – Ele não poderia ter pecado. Se Ele pudesse ter pecado, Ele poderia pecar ainda hoje, pois ainda retém a mesma essência de quando estava aqui na terra. Ele é o Deus-homem – e vai permanecer para sempre assim, possuindo divindade completa e humanidade completa; ambas fazem parte de Seu ser de tal forma que não poderiam ser divididas. Acreditar que Jesus poderia pecar é acreditar que Deus poderia pecar. Colossenses 1:19 diz: "porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude". Colossenses 2:9 diz: "porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade."

Apesar de Jesus ser 100% humano, Ele não nasceu com a mesma natureza pecaminosa com a qual nascemos. Ele certamente foi tentado da mesma forma que somos tentados, isto é, que tentações foram a Ele apresentadas por Satanás, mas mesmo assim permaneceu sem pecado porque Deus é incapaz de pecar. É contra a Sua natureza (Mateus 4:1; Hebreus 2:18, 4:15; Tiago 1:13). Pecado é por definição uma transgressão da Lei. Deus criou a Lei, e a Lei é por natureza o que Deus faria ou não; portanto, pecado é qualquer coisa que Deus não faria por Sua própria natureza.

Ser tentado não é em si mesmo pecaminoso. Uma pessoa poderia tentá-lo com algo que você não tem desejo nenhum de fazer, como cometer assassinato ou participar em perversões sexuais. Você provavelmente não tem nenhum desejo de participar desses ações, mas ainda sim foi tentado porque alguém apresentou-lhe a possibilidade. Há pelo menos duas definições de tentado:

1) Tentado – Ter-lhe proposta uma oferta pecaminosa por alguém ou algo fora de você mesmo ou por sua própria natureza pecaminosa.

2) Tentado – Considerar participar em um ato pecaminoso, seus possíveis prazeres e consequências de tal forma que esse ato já esteja acontecendo em sua mente.

Aqueles que defendem a pecabilidade acreditam que se Jesus não poderia ter pecado, Ele não poderia ter realmente experimentado uma verdadeira tentação e, portanto, não poderia verdadeiramente compadecer-se com as nossas dificuldades e tentações contra o pecado. Precisamos lembrar que não é necessário experimentar algo para poder compreendê-lo. Deus sabe tudo sobre tudo. Mesmo que Deus nunca teve o desejo de pecar, e certamente nunca pecou – Ele ainda sabe e entende o que pecado é. Deus sabe e entende o que significa ser tentado. Jesus pode sim se identificar com nossas tentações porque Ele sabe tudo.... não porque Ele tem “experimentado” de exatamente todas as coisas como nós.

Jesus sabe o que significa ser tentado, mas Ele não sabe o que é pecar. Isso não O impede de nos ajudar. Somos tentados com pecados comuns ao homem (1 Coríntios 10:13). Esses pecados geralmente podem ser resumidos em três tipos diferentes: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida (1 João 2:16). Examine a tentação e pecado de Eva assim como a tentação de Jesus, e você vai perceber que a tentação para cada um veio dessas três categorias. Jesus foi tentado de toda forma e em toda as áreas nas quais somos tentados, mas permaneceu perfeitamente santo. Apesar de nossas naturezas corruptas terem o desejo interno de participar em alguns pecados, temos a habilidade de superar o pecado porque não somos mais escravos do pecado, mas sim escravos de Deus (Romanos 6, principalmente versos 2 e 16-22).
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