A História de José, “Pai” de Jesus
José de Nazaré foi marido de Maria, mãe de Jesus. Algumas vezes ele é chamado de José pai de Jesus, porque agia legalmente como pai para Jesus. Inclusive, os judeus da época consideravam Jesus como filho de José (Lucas 3:23; 4:22; João 1:45; 6:42).
São bem poucas as informações sobre a vida de José. Sabe-se que ele era um descendente legitimo da casa do rei Davi. Isso fica claro na genealogia de Jesus apresentada em Mateus 1.
Já a genealogia presente no Evangelho de Lucas, possivelmente não é a de José, mas a de Maria. De qualquer forma, ambos os Evangelhos demonstram claramente que Jesus não era filho José.
Mesmo em sua genealogia registrada em Mateus, o escritor enfatizou essa questão ao destacar que “Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama Cristo” (Mateus 1:16).
José era um carpinteiro que vivia em Nazaré, uma pequena aldeia na região da baixa Galiléia. Ele já aparece no relato bíblico como o noivo de Maria, uma virgem que morava no mesmo vilarejo.
Dos quatro Evangelhos, José não é mencionado apenas em Marcos. Ele recebe maior destaque no Evangelho de Mateus. O evangelista inclusive registra a revelação dada a José quando um anjo do Senhor lhe falou em sonho (Mateus 1:20-25).
A dificuldade de José em aceitar Maria
Maria ficou grávida num período em que já era noiva de José, mas antes de ter tido qualquer relação com ele. Esse noivado significava um compromisso matrimonial. No entanto, esse noivado era muito mais sério do que a noção que temos sobre um compromisso dessa natureza na atualidade.
Tal cerimônia consistia no ato dos noivos jurarem fidelidade mútua na presença de testemunhas. Isso implicava, num certo sentido, ser essencialmente o próprio matrimônio. É por isso que já naquele momento Maria era chamada de “esposa de José”, visto que legalmente ambos estavam desposados.
A partir daquele do noivado, restava apenas a festa de núpcias e o “começar a viver juntos”. Conforme a Lei, uma mulher desposada que praticasse infidelidade deveria ser castigada com a morte (Deuteronômio 22:23,24).
Foi durante esse período de intervalo que Maria engravidou sobrenaturalmente pela ação do Espírito Santo. Quando José tomou conhecimento da condição de Maria, a Bíblia diz que ele considerou divorciar-se dela em silêncio para não expô-la ao vexame público (Mateus 1:20).
Na verdade José tinha duas opções: iniciar uma demanda judicial contra Maria, ou despedi-la silenciosamente dando-lhe uma carta de divórcio. A primeira opção iria expor Maria diante de toda a sociedade. Já a segunda opção preservaria Maria de alguma forma.
Algumas tradições antigas sugerem que a atitude de José em querer divorciar-se de Maria, foi motivada não por sua desconfiança acerca de uma suposta traição, mas por se considerar indigno da tarefa de ser o marido da mulher escolhida para dar à luz ao Filho de Deus. Nesse sentido, tais tradições afirmam que José não se sentia capaz de servir como um pai de criação para Jesus.
Obviamente essa suposição é demasiadamente fantasiosa, e se choca diretamente com o que foi relatado no Evangelho de Mateus. O relato bíblico simplesmente parece indicar que aquela era uma reação natural de José. Ele era um homem que amava sua noiva, mas que pensava ter sido enganado. Aqui é importante lembrar que a Bíblia testifica que José era um homem bom, justo e temente a Deus (Lucas 1:6).
José tem a visão de um anjo do Senhor durante um sonho
Com base em Mateus 1:20, pode-se concluir que José estava sofrendo muito com aquela situação, pois certamente ele amava Maria. Então, durante um sonho, um anjo do Senhor lhe apareceu para fortalecê-lo e confortá-lo. O anjo lhe disse que ele não deveria hesitar em assumir Maria como esposa e a levar para casa. Isso porque que sua gravidez era uma ação sobrenatural do Espírito Santo.
Nessa ocasião, José foi chamado pelo anjo de “filho de Davi”, uma expressão também aplicada a Jesus em diversas vezes e que nesse contexto significava explicitamente que José era o herdeiro legal de Davi. Conforme foi dito, a árvore genealógica descrita em Mateus deixa isso evidente.
Diferentemente de Maria que foi mãe biológica de Jesus, José não foi pai de Jesus no sentido físico. Mas é válido saber que sua paternidade legal também era importante, visto que principalmente pela linhagem de José, um filho de Davi, o direito ao trono de Davi foi transmitido a Jesus.
Também é interessante notar que o anjo do Senhor, assim como havia feito com Maria, deu ordem a José dizendo que o nome a ser dado ao menino seria Jesus (Mateus 1:21).
José, o “pai” de Jesus
Depois da revelação que teve, José assumiu Maria como sua esposa e desempenhou o papel de “pai” para o menino Jesus. Após o nascimento de Jesus em Belém, José o levou a Jerusalém para a purificação (Lucas 2:22). Depois, como chefe da família, José fugiu com ele para o Egito a fim de escapar da perseguição invejosa de Herodes, conforme a instrução recebida do anjo do Senhor (Mateus 2:13-15).
Quando voltou do Egito, José se estabeleceu novamente em Nazaré, onde Jesus foi criado e aprendeu sua profissão (Marcos 6:3). Anualmente José levava sua família para Jerusalém, por ocasião da celebração da Páscoa (Lucas 2:41-52).
É difícil saber se José ainda estava vivo quando Jesus iniciou seu ministério público. Alguns estudiosos, baseados em João 6:42, sugerem que talvez ele ainda estivesse vivo; porém admitem que provavelmente ele tenha morrido durante esse período, visto que ele não é mencionado juntamente com Maria e os irmãos de Jesus em outras referências (Mateus 12:46-50; Marcos 3:31-35 e Lucas 8:19-21).
Além disso, por José não ser mencionado na ocasião da crucificação de Jesus, e pelo fato de Maria ter sido recomendada aos cuidados do apóstolo João por Jesus, conclui-se que José já havia morrido nesse tempo.
Apesar dos poucos detalhes, certamente pode-se afirmar que José, o pai de Jesus no sentido legal, era um homem de grandes qualidades, fiel e obediente ao Senhor.
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