A Região de Decápolis na Bíblia
Decápolis
era um território mencionado na narrativa bíblica que compreendia um grupo de
dez cidades. A palavra “Decápolis” vem do grego deka, “dez”, e polis, que significa “cidade”. Logo, Decápolis significa “dez cidades”.
Esse território era consideravelmente extenso, e ficava ao sul do mar da
Galileia se estendendo para o leste do rio Jordão, avançando até o lado
oriental, incluindo a região concedida à meia tribo de Manassés quando a terra
foi dividida (Nm 32:33-42).
Quais eram as cidades de Decápolis?
As dez
cidades originais que formavam a região de Decápolis eram: Citópolis, Pella,
Diom, Gerasa, Filadélfia, Gadara, Rafana, Canata, Hipos e Damasco.
Dissemos
que essas cidades eram as “dez cidades originais” pois mais tarde, por volta do
século 2 d.C., outras cidades (aldeias) ao sul de Damasco foram anexadas à
lista de cidades dentro desse território totalizando então 18 cidades.
Diante
desta lista, algumas considerações precisam ser feitas:
·
Citópolis
no Antigo Testamento era conhecida como Bete-Seã, e aparece mencionada nos
livros de Josué, Juízes, 1 Reis e 1 Crônicas.
·
Canata é
a mesma Quenate do Antigo Testamento, uma cidade cananéia em Gileade, que
também foi chamada durante certo tempo de Noba, conforme o nome de um de seus
conquistadores (Nm 32:42; 1Cr 2:23).
·
A
Filadélfia citada nessa lista não é a mesma Filadélfia a qual possuía uma
comunidade cristã e que foi uma das sete igrejas do
Apocalipse. A
Filadélfia citada no livro do Apocalipse era uma cidade de Lídia, e
ficava na Ásia Menor, e hoje é a atual Alasehir, na Turquia. Essa Filadélfia
que pertencia ao território de Decápolis era a antiga Rabate-Amom, situada 32
quilômetros a leste do Jordão e atual cidade de Amã, na Jordânia.
·
Damasco é
a única das cidades de Decápolis que permanece como uma cidade oficial até os
dias atuais. Damasco é amplamente citada na Bíblia, desde o livro de Gênesis no episódio em que Ló é resgatado por Abraão, até relatos de eventos que
ocorreram durante o ministério do apóstolo Paulo (At 9:25; 2Co 11:33; Gl
1:17)
Boa parte
do território de Decápolis está localizado onde atualmente é o país da
Jordânia. As dez cidades eram envolvidas numa cooperação que visava vantagens
comerciais e, possivelmente, algum tipo de defesa mútua, apesar de não sabermos
exatamente como funcionava essa liga de dez cidades.
Não se
sabe se de alguma forma possuíam um tipo de unidade administrativa e política
ou se aparecem agrupadas apenas como uma identificação geográfica e por fatores
com relação à cultura helenística.
A maioria
dessas cidades-estados foi construída, ou, em alguns casos, reconstruída por
seguidores de Alexandre, o Grande, e, depois, em alguns aspectos pelos romanos
em aproximadamente 65 e 63 a.C. Assim, essas cidades receberam
liberdade municipal, tendo o privilégio de cunhar moedas, possuir uma corte e
manter um exército.
Decápolis durante o ministério de Jesus
Os
Evangelhos relatam que durante seu ministério terreno, Jesus teve alguns contados com o território de Decápolis.
O Evangelho
de Mateus nos
informa que multidões vindas de Decápolis seguiam Jesus (Mt 4:25), e Marcos
descreve que Jesus viajou por esse território gentio em muitas ocasiões.
Obviamente
o episódio mais conhecido do ministério de Jesus envolvendo a região de
Decápolis foi a libertação de um homem endemoninhado que
vivia atormentado por uma legião de demônios.
Na
verdade, esse evento nos apresenta um difícil problema textual com relação à
exata localização onde ocorreu tal incidente, isto porque em alguns manuscritos
aparece o termo “gadarenos” (Mt 8:28) enquanto em outros aparece o termo
“gerasenos” (Mc 5:1; Lc 8:26-37).
Considerando
as características geográficas dessa região em comparação com o texto bíblico,
Gerasa parece ser a melhor hipótese. É possível também que Gerasa tenha sido governada
pela cidade maior de Gadara, o que pode explicar a variante textual. O que
realmente fica claro é que esse episódio ocorreu numa região amplamente
gentílica e pagã, devido à presença da manada de porcos.
Dez cidades. Trata-se de uma confederação de cidades gregas, que se
calcula terem sido dez, e que se estendiam por uma área que abrangia ambos os
lados do Jordão, ao sul do mar da Galiléia e na direção do Norte. Depois do ano
63 a.C. recebiam de Roma certos privilégios. Alguns doentes, que habitavam este
território, foram curados por Jesus Cristo (Mt 4.25 – Mc 5.20 – 7.31). As dez
cidades, segundo Plínio, eram Damasco, Filadélfia, Rafana, Citópolis
(Bete-Seã), Gadara, Hipos, Diom, Pela Gerasa e Canata. Nos tempos de Jesus
Cristo continham estas cidades grandes populações, na sua maior parte gregas,
vivendo em prosperidade: seis delas acham-se completamente arruinadas e
desertas – três, Citópolis, Gadara e Canata, têm ainda algumas famílias,
vivendo mais como brutos do que como seres humanos, por entre aquelas ruínas de
palácios, que se desfazem em pó, e nos cavernosos retiros de antigos túmulos.
Damasco, embora despojada de muito da sua antiga glória, é ainda uma cidade
importante e populosa.
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Decápole é uma palavra grega que significa “dez cidades”. O vocábulo desígna 10 cidades onde predominava a cultura grega, localizadas a Leste do Jordão (exceto Escitópolis). Embora existam diferentes listas, normalmente essa é a lista das cidades que a constitue:
1. Canata (Qanawat).
2. Damasco, a capital da Síria.
3. Dion.
4. Escitópolis (Beth-Shean), em Israel, a única na Cisjordânia.
5. Gadara (Umm Qays).
6. Gerasa (Jerash, atual Djerash), na Jordânia.
7. Hippos (Hippus ou Sussita).
8. Pela chamada hoje de Tabaqat Fahl, na Jordânia.
9. Filadélfia, atual Aman, a capital da Jordânia.
10. Rafana.
Não sabemos exatamente se essas cidades algum dia constituíram uma unidade administrativa ou se era somente uma indicação geográfica. É certo que a partir do ano 44 depois de Cristo todas essas cidades passaram a pertencer à Província Romana da Síria.
A região é mencionada algumas vezes nos evangelhos. Mateus, por exemplo, diz que também da Decápole vinha gente para ver Jesus (4,25). Marcos 5 fala da cura do endemoniado na região de Gerasa. O mesmo evangelho diz que Jesus, voltando de Tiro, seguiu em direção do Mar da Galiléia, passando por Sidônia e atravessando a região da Decápole (Marcos 7,31).
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