sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

 

Quão estreita é a porta estreita?



 
A porta estreita é mencionada pelo Senhor Jesus em Mateus 7:13-14 e Lucas 13:23-24. Jesus compara a porta estreita ao "caminho largo" que leva à destruição (inferno) e diz que "muitos" seguirão nessa estrada. Por outro lado, Jesus diz que "estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela." O que exatamente significa isso? Quantos são os "muitos" e quantos são os "poucos"?

Em primeiro lugar, precisamos entender que Jesus é a porta pela qual todos devem entrar na vida eterna. Não há outro caminho, porque só Ele é "o caminho, a verdade e a vida" (João 14:6). O caminho para a vida eterna é restrito a apenas uma avenida - Cristo. Neste sentido, o caminho é estreito porque é a única maneira, e relativamente poucas pessoas irão passar pela porta estreita. Muitos mais vão tentar encontrar uma rota alternativa para Deus. Eles vão tentar chegar lá por meio de regras e regulamentos feitos pelo homem, através de religiões falsas ou através do auto-esforço. Estes que são "muitos" seguirão o caminho largo que leva à destruição eterna, enquanto as ovelhas ouvem a voz do Bom Pastor e o seguem ao longo do caminho estreito para a vida eterna (João 10:7-11).

Enquanto haverá relativamente poucos que passarão pela porta estreita em comparação com os muitos no caminho largo, ainda haverá multidões que seguirão o Bom Pastor. O apóstolo João viu esta multidão em sua visão no livro de Apocalipse: "Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação" (Apocalipse 7:9-10).

Entrar pela porta estreita não é fácil. Jesus deixou isso claro quando instruiu os seus seguidores a "se esforçarem" para fazê-lo. A palavra grega traduzida como "se esforçar" é agonizomai, a partir do qual temos a palavra agonizar. A implicação aqui é que aqueles que procuram entrar pela porta estreita deve fazê-lo pela luta e tensão, como um atleta se esforçando e correndo em direção à linha de chegada, com todos os músculos tensos e dando tudo de si ao esforço. No entanto, temos de ser claros aqui. Nenhuma quantidade de esforço nos salva; a salvação é pela graça de Deus através do dom da fé (Efésios 2:8-9). Ninguém vai jamais ganhar o céu por se esforçar para alcançá-lo. Entretanto, entrar pela porta estreita ainda é difícil por causa da oposição do orgulho humano, do nosso amor natural pelo pecado e da oposição de Satanás e do mundo em seu controle - todos os quais batalham contra nós na busca da eternidade.

A exortação a se esforçar para entrar é um comando para arrepender-se e entrar no portão e não apenas ficar de pé olhando para ele, pensando sobre ele, queixando-se de que é muito pequeno ou muito difícil ou injustamente estreito. Não devemos nos perguntar por que outros não estão entrando; não devemos dar desculpas ou adiar. Não devemos nos preocupar com o número que vai ou não vai entrar. Devemos nos esforçar, seguir adiante e entrar! Só então devemos exortar outros a se esforçarem para entrarem antes que seja tarde demais.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Quem fundou a igreja?

 

Quem fundou a igreja?


A igreja foi fundada por Jesus e os apóstolos. Jesus preparou tudo para a fundação da igreja, com seus ensinamentos sobre a vida cristã e treinando os apóstolos para serem líderes. Os apóstolos divulgaram o ensino de Jesus e deram estrutura à igreja.
Jesus é o verdadeiro fundador e líder da igreja em todo o mundo. A igreja não é um edifício. A igreja é um conjunto de pessoas – todos os salvos por Jesus, de todos os tempos e lugares (Hebreus 10:25). Onde duas ou mais pessoas estão reunidas no nome de Jesus, ali é a igreja.
A Bíblia diz que Jesus é a pedra angular da igreja (Efésios 2:19-20). A pedra angular era a primeira pedra de um edifício, à volta da qual toda a construção era feita. A igreja só começou depois que Jesus voltou para o Céu mas ele lançou os alicerces e esteve presente na fundação, através do Espirito Santo.

Quando a igreja foi fundada?

A igreja foi oficialmente fundada no dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu sobre os discípulos (Atos dos Apóstolos 2:1-4). Nesse dia, a igreja começou a exercer suas funções:
  • pregar o evangelho – trazendo pessoas para Jesus
  • discipular – ensinando a viver para Jesus, fortalecendo, corrigindo, ajudando, tudo em união
Os doze apóstolos foram os primeiros líderes da igreja, porque tinham sido treinados por Jesus para isso. A igreja não tinha nenhum edifício próprio, por isso as pessoas se reuniam em casas ou em lugares públicos em Jerusalém (Atos dos Apóstolos 2:46-47).
Foram também os apóstolos que deram a primeira estrutura formal à primeira igreja em Jerusalém. Como a igreja de repente ficou com muitas pessoas, os apóstolos não conseguiam fazer tudo sozinhos. Por isso, escolheram algumas pessoas para tratar de assuntos administrativos, como a distribuição de comida, enquanto eles se dedicavam ao ensino (Atos dos Apóstolos 6:2-4). Quando surgiam grandes debates, reuniam um concílio para resolver o problema.
Surgiu assim uma liderança mais sólida e organizada na igreja. A partir de Jerusalém, os apóstolos guiaram a fundação de muitas igrejas locais em várias partes do mundo, que faziam todas parte da grande Igreja de Jesus.
E Pedro? E Paulo?
Pedro foi um dos fundadores da igreja mas não foi o fundador. Nos primeiros tempos da igreja, ele foi o porta-voz dos apóstolos, por ser mais ousado a falar mas ele nunca se assumiu como líder supremo. Pedro tinha de explicar suas ações perante a igreja e as questões importantes eram resolvidas em conjunto pelos apóstolos e os presbíteros – toda a liderança da igreja (Atos dos Apóstolos 15:2).
Algumas pessoas de fora da igreja pensaram que Paulo tinha fundado a igreja, porque ele se tornou tão famoso. Mas, na verdade, a igreja já existia há alguns anos quando Paulo se converteu. Paulo “apenas” fundou muitas outras igrejas locais, em suas viagens missionárias.

COMO LER A BÍBLIA

 

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Como ler a Bíblia? Em que ordem ler a Bíblia?

Os primeiros passos

Antes de começar, faça a pergunta: “quanto sei sobre a Bíblia?” Mesmo sem terem lido, algumas pessoas cresceram a ouvir histórias da Bíblia, mas outras nunca tiveram esse contato básico com a Bíblia. Em que situação você está?
Comece por escolher sua Bíblia. A Bíblia não foi escrita em português, por isso foi traduzida. Existem várias traduções em português, desde mais antigas, em linguagem mais arcaica (a versão Almeida), a mais modernas, mas com rigor (como a Nova Versão Internacional), a versões que tentam explicar o significado, em vez de traduzir mesmo (como a Nova Tradução Linguagem de Hoje). Você pode ler a Bíblia em papel, online ou em uma aplicação no celular.
Decida também seu horário diário para ler a Bíblia e quanto tempo você vai dedicar a isso. Se você tem pouco tempo, leia um ou dois capítulos por dia. Se você tem mais tempo, você pode ler um pouco mais. Também é bom tirar um pouco de tempo para orar e procurar entender o que você está lendo.
Dica útil: cada Bíblia em papel tem um índice no início. Se você não sabe onde um livro da Bíblia fica, procure a página no índice. Aproveite os recursos que sua Bíblia tem.

O plano de leitura – em que ordem devo ler a Bíblia?

A Bíblia é um pouco diferente de outros livros. Ela na verdade é uma coleção de 66 livros mais pequenos, que estão agrupados por gêneros literários (livros históricos, cartas, poemas...), não por ordem de leitura, nem por ordem cronológica. Por isso, para quem está começando, não é boa ideia tentar ler logo de capa a capa.

Se esse é seu primeiro contato com a Bíblia:

Comece com um dos quatro evangelhos, no Novo Testamento – MateusMarcosLucas ou João. Essas quatro pessoas escreveram a biografia de Jesus, cada um de uma perspetiva um pouco diferente. Qualquer um desses livros lhe mostrará quem é Jesus, o personagem principal da Bíblia.
Atos dos Apóstolos conta a história da fundação da Igreja, depois que Jesus ressuscitou. Esse poderá ser um livro interessante para ler depois de um dos evangelhos.
Para entender mais sobre a vida cristã, você pode ler alguns livros que vêm depois de Atos dos Apóstolos – de Romanos a 2 Tessalonicenses. O livro de 1 João também é muito interessante. Esses livros vão lhe ajudar a entender melhor a salvação e como a vida é diferente depois.
Esses são bons passos para ganhar um conhecimento básico do evangelho.
Se você quer aprofundar seu conhecimento global da Bíblia:
Comece por ler os livros históricos do Antigo Testamento – de Gênesis a Ester. Esses livros lhe contarão a história da criação do mundo e lhe ajudarão a entender como Deus age ao longo da História. Também contam a história do povo de Israel e seu papel nos planos de Deus.
Nota: depois de ler os primeiros cinco livros da Bíblia (Gênesis a Deuteronômio), será bom ler o livro de Hebreus, no Novo Testamento.
Atenção: alguns dos livros históricos contam histórias repetidas, mas de perspetivas diferentes.
Opcional: os livros de profecias – de Isaías a Malaquias – contam como Deus avisou o povo ao longo do tempo sobre o que iria acontecer. Se você decidir ler esses livros, é bom tentar lê-los por ordem cronológica e procurar o contexto histórico antes de ler cada livro.

Depois você pode ler os quatro evangelhos – Mateus a João – e Atos dos Apóstolos. A seguir a esses livros, leia o resto dos livros do Novo Testamento – de Romanos a Apocalipse.
Mais uma nota: os livros de profecia do Antigo Testamento e o livro de Apocalipse podem ser bastante difíceis de entender. Mas não se preocupe. Mesmo os conhecedores da Bíblia mais sábios têm alguma dificuldade com esses livros!

Livros para ler em qualquer altura:

Os livros de Salmos e Provérbios são interessantes e edificantes para ler em qualquer momento, não importa quanto você conhece da Bíblia. Os salmos são poemas e canções muito honestas a Deus e o livro de Provérbios tem muitos conselhos sábios para a vida cotidiana.

Livros para quando você estiver mais avançado:

  • Cântico dos Cânticos – poemas sobre o valor do amor entre um homem e uma mulher
  • Eclesiastes – uma reflexão sobre a futilidade de tudo sem Deus
  •  – um livro que explora as perguntas mais difíceis sobre o sofrimento, sem dar respostas fáceis
Recursos para facilitar ou personalizar a leitura
Os exemplos acima são apenas algumas sugestões para ler a Bíblia. Você também pode procurar planos de leitura online ou em livros, que poderão ser mais adaptados para sua situação.
Procure conversar com um pastor ou alguém com mais conhecimento da Bíblia. Essa pessoa poderá lhe ajudar a criar um plano bom para você e tirar suas dúvidas. Vá para a igreja. Lá você vai aprender mais sobre a Bíblia e sua aplicação para sua vida

Jesus Anda Sobre as Águas

 

Jesus Anda Sobre as Águas

Um dos milagres mais emblemáticos registrados na Bíblia é aquele em que Jesus anda sobre as águas. Esse milagre foi registrado em três dos quatro Evangelhos (Mateus 14:22-33; Marcos 6:45-51; João 6:16-21). Ao andar sobre as águas, Jesus revelou de forma muito clara aos seus discípulos sua natureza Divina.
O texto do Evangelho de Mateus também destaca a atitude de Pedro diante desse grande milagre. Ao ver Jesus andando sobre o mar, Pedro pediu que pudesse ir ter com ele. Pedro andou sobre o mar por alguns instantes, mas logo depois começou a afundar. Vejamos neste estudo bíblico como tudo isto aconteceu.

Quando Jesus andou sobre as águas?

Jesus andou sobre as águas depois de um dia muito agitado. Ele havia alimentado uma multidão de cinco mil homens, sem contar as mulheres e crianças. Maravilhadas com tudo o que havia acontecido, as pessoas queriam fazer de Jesus o rei dos judeus.
O povo pensava que o propósito do ministério messiânico de Jesus era terreno. As pessoas viam em Jesus um possível líder para conduzi-las a uma revolta contra Roma, e não conseguiam entender que na verdade Ele trouxe um reino espiritual.
Então Jesus tratou de se afastar da multidão para orar, e depois resolveu partir para outro lugar. Enquanto despedia aquele povo, Jesus mandou que seus discípulos atravessassem o Mar da Galileia rumo à cidade de Cafarnaum, talvez com uma parada no porto de Betsaida (João 6:17; cf. Marcos 6:45).
Provavelmente Jesus combinou com os discípulos que eles fossem adiante dele navegando pelo contorno da margem do Mar da Galileia até Betsaida. Ali Jesus se encontraria com eles para que juntos pudessem atravessar para o outro lado em direção à cidade de Cafarnaum.
O texto bíblico diz que após despedir a multidão, Jesus Cristo subiu sozinho a um monte para orar. Ali Ele permaneceu até anoitecer. A essa altura o barco dos discípulos estava sendo castigado pelas ondas porque o vento soprava contra ele (Mateus 14:24).
Muito provavelmente os discípulos se aproximaram do porto de Betsaida e ficaram aguardando Jesus. Mas tão logo um vento forte começou a soprar, afastando o barco dos discípulos da margem.

Jesus anda sobre o mar

O Mar da Galileia é um lago com aproximadamente vinte e um quilômetros de extensão. Sua largura máxima é de quatorze quilômetros. Acredita-se que no ponto em que os discípulos estavam a largura do lago alcançava facilmente 11 quilômetros. A Bíblia diz que o barco já estava no meio do mar por causa do vento (Marcos 6:47; cf. Mateus 14:24).
Naquela região é comum a formação de tempestades repentinas. O lago fica numa depressão muito abaixo do nível do mar, e é cercado por montanhas. Ali correntes de ar frio das montanhas se encontram com o ar quente que cobre o lago. Tudo isto faz com que ventanias levantem ondas de quase três metros de altura durante uma tempestade.
Bíblia Sagrada diz que Jesus viu os discípulos remando com dificuldade, afastados uns cinco quilômetros da margem (João 6:19; cf. Mateus 6:48). Os discípulos tiveram de enfrentar aquela situação por algumas horas. Parece que era início da noite quando o vento começou a levar o barco para o meio do mar, e Jesus chegou até o barco somente quando já era alta madrugada (Mateus 14:23-25).
O modo com que Jesus alcançou o barco dos discípulos foi extraordinário. Eles estavam remando contra a força do vento quase que numa tentativa inútil de controlar o barco. Então de repente eles viram alguém caminhando sobre o mar. A figura era indistinta e eles ficaram completamente apavorados.
Como alguém poderia andar sobre as águas como se estivesse pisando em terra seca?
Os discípulos até pensaram que fosse um fantasma e começaram a gritar de medo (Mateus 14:26). Mas logo Jesus lhes disse: “Sou eu! Não tenham medo!” (João 6:50). Então Jesus subiu no barco, o vento se acalmou, e eles chegaram em segurança no destino desejado.

Pedro anda sobre o mar

Somente o apóstolo Mateus registra a reação de Pedro ao saber que Jesus estava caminhado por cima das águas (Mateus 14:28-31). O discípulo vigoroso rapidamente pediu que seu Mestre permitisse que ele fosse ao seu encontro.
Pedro andou sobre as águas durante um tempo, mas logo afundou. É comum algumas pessoas criticarem o apóstolo Pedro por ele ter afundado nas águas. Aqui é preciso lembrar que Pedro não era nenhum incrédulo. Provavelmente nenhum de nós teria tido a atitude ousada de fé que Pedro teve. Facilmente teríamos permanecido no barco juntamente com os demais discípulos. Mas Pedro queria mais!
Na verdade Pedro andou sobre as águas como resultado de uma fé genuína em Cristo. Nem por um instante ele duvidou que a pessoa que estava andando sobre as águas era Jesus, e por isto pediu para ir ter com Ele.
Então enquanto Pedro manteve seu olhar firme em Jesus, ele pôde ter a experiência em sua própria vida do poder Divino sobre a natureza. Quando Pedro andou sobre as águas ele experimentou da forma mais literal possível a ação sobrenatural de Deus sobre a criação. Mas no exato momento em que ele desviou seu olhar de Jesus e se concentrou no vento e nas ondas ao seu redor, começou a afundar.
No entanto, Pedro não pediu que os discípulos que estavam no barco lhe jogassem algum apoio. Ele também não pensou em confiar em suas próprias habilidades para tentar escapar daquela situação difícil nadando. Pedro simplesmente clamou ao Senhor por socorro. Ele havia vacilado, mas não havia se esquecido de que em sua frente estava o único que podia lhe ajudar.
Prontamente Jesus estendeu a mão e o segurou. Amparado nos braço de Jesus, Pedro escutou a apropriada repreensão: “Homem de pequena fé, por que duvidastes?” (Mateus 14:31).

Por que Jesus andou sobre as águas?

Jesus andou sobre as águas para revelar aos seus discípulos sua plena divindade. Na verdade todos os milagres realizados por Jesus durante seu ministério terreno tinham como objetivo principal apontar para sua pessoa como sendo o verdadeiro Filho de Deus enviado ao mundo conforme prometido nas Escrituras.
Consequentemente, o milagre em que Jesus andou sobre as águas também serviu para fortalecer a fé dos discípulos. Eles deviam aprender que quando a fé está depositada em Cristo, o Filho de Deus, não há nada a temer. Mateus registra a reação dos discípulos em harmonia ao propósito principal desse milagre. Eles adoraram a Jesus dizendo: “Verdadeiramente tu és o Filho de Deus” (Mateus 14:33).

Jesus andou sobre as águas porque Ele é Deus

Ao andar sobre as águas, Jesus revelou ser verdadeiramente Deus. Somente o Criador do Universo poderia desafiar as leis da natureza e andar por cima das águas.
Quando caminhou sobre o Mar da Galileia, Jesus não tomou conhecimento das leis da gravidade, da liquidez, da densidade dos corpos ou de qualquer outra lei que desafiasse o seu milagre. Ele simplesmente saiu da terra firme e continuou caminhando tranquilamente sobre as águas. Jesus demonstrou que as forças físicas são completamente submissas a Ele.
Em conexão a essa verdade, Jesus andou sobre as águas e mostrou ser Ele próprio o cumprimento das Escrituras. Quando Deus se manifestou a Moisés na sarça ardente, Ele lhe disse que seu nome é “Eu Sou” (Êxodo 3:14). Daí podemos entender o tamanho do significado que estava na saudação de Jesus ao dizer aos dizer aos discípulos amedrontados: “Sou eu (ou literalmente Eu sou). Não tenham medo!” (João 6:20). Saiba mais sobre os nomes de Deus.
Foi o Deus Trino quem abriu o Mar Vermelho e livrou a Israel dos egípcios (Êxodo 14). Foi Ele também quem abriu o Rio Jordão para que seus servos pudessem passar (Josué 3; 2 Reis 2).  certa vez respondeu que Deus é Aquele que “sozinho estende os céus, e anda sobre os altos do mar” (Jó 9:8).
Então quando Jesus andou sobre o mar, Ele deixou claro quem realmente Ele é. Por isto foi legitima a adoração dos discípulos. Eles estavam perplexos diante do verdadeiro Filho de Deus!

Jesus anda sobre as águas e nós devemos confiar nele

O milagre em que Jesus andou sobre as águas nos ensina algumas importantes lições. Em primeiro lugar, com esse milagre aprendemos a confiar no Senhor. Muitas vezes nós estamos no meio de uma tempestade, remando contra um vento forte, e uma sensação de abandono toma conta dos nossos corações.
Mas o nosso Deus é onisciente. Ele conhece todas as coisas. Mesmo que às vezes as trevas da noite tentem nos impedir de vê-lo, Ele continua com seus olhos sobre nós. Ele está acompanhando nossa embarcação do alto de um monte! No monte Sião celestial está o seu trono, de onde Ele governa todo o Universo (Hebreus 12:22,23; Apocalipse 14:1; 21:10).
Em segundo lugar, esse milagre nos ensina que Deus age no tempo oportuno de acordo com a sua vontade soberana. Os discípulos passaram horas remando contra o vento. Se fosse de acordo com a vontade deles, certamente Jesus teria chegado antes. Mas há o tempo certo para todas as coisas, e nada foge do seu propósito. Por mais que não compreendamos, o fim último de todas as coisas é a glória de Deus. Ele é o Senhor da história!
Em terceiro lugar, até mesmo uma tempestade tem a sua finalidade no plano soberano de Deus. Os discípulos precisavam aprender uma lição. Eles precisavam ter sua fé fortalecida no Senhor. Existem lições que só podem ser aprendidas em plena tempestade.
Porém, não importa se o vento forte porventura acabar nos levando para longe da margem. As águas do mar da vida não são um problema para Ele. No momento certo o nosso Redentor vem caminhando sobre as águas.
profeta Naum escreve que “o Senhor tem o seu caminho na tormenta e na tempestade” (Naum 1:3). Podemos descansar na certeza de que as mais altas ondas, aquelas que algumas vezes até cobrem o nosso barco, sempre estarão debaixo dos pés do nosso Deus. Jesus anda sobre as águas em nossa direção, e nós devemos recebê-lo como o verdadeiro Filho de Deus, de quem somos completamente dependentes.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Como ser salvo?

 

Como ser salvo? O que preciso fazer?





Se você realmente quer ser salvo, você já está no bom caminho. Isso significa que Deus está lhe chamando. Jesus disse que ele é como uma pessoa que está batendo à porta de sua casa. Se você abrir a porta, ele vai entrar e trazer salvação (Apocalipse 3:20).
A única coisa que você precisa fazer para receber a salvação é crer em Jesus. Mas o que isso significa?

Reconhecer suas falhas e querer mudar

Ninguém é perfeito. Todos cometemos erros. Isso faz parte de nossa natureza humana mas é um grande problema. As coisas erradas que fazemos machucam a nós próprios e às pessoas à nossa volta. A Bíblia também diz que nossos erros trazem morte e condenação eterna (Romanos 6:23).
Quando você vê que tem um problema, é natural querer resolver esse problema. O primeiro passo na salvação é reconhecer que você tem falhas, se sentir incomodado com isso e querer viver de outro jeito. Isso se chama arrependimento.

Acreditar em Deus

A Bíblia diz que você foi criado de maneira especial por Deus. Ele lhe ama e não quer ver você sofrer (Ezequiel 18:32). Mesmo assim, e apesar de ter todo poder, Deus lhe permite escolher se você O ama ou não. Ele não lhe obriga a obedecer. Mas quando você comete um erro você machuca a Deus.
Deus criou as regras para seu bem. Quando você obedece, você descobre uma maneira melhor de viver. Mas quando você desobedece, isso causa muitos problemas no mundo. Por isso, Deus aplica castigo, para restabelecer a justiça. Mas Deus não gosta de castigar e quer perdoar.

Acreditar que Jesus pagou o preço por você

O problema é que o castigo tem de ser aplicado (Tiago 2:10-11). As boas ações que você faz não compensam as coisas ruins. Por exemplo, um assassino não pode compensar as vidas que tirou salvando depois outras pessoas. A dívida é demasiado grande para ser paga nessa vida. As consequências de suas ações são impossíveis de calcular, por isso o castigo é eterno.
Mas Deus não deixou a situação assim. Ele decidiu pagar o castigo por você! Deus veio à terra como um homem, chamado Jesus, e passou por tudo que nós passamos, mas sem nunca pecar. Depois, ele se ofereceu para morrer em nosso lugar, na cruz. Sendo Deus perfeito e eterno, o sacrifício que ele fez também foi perfeito e eterno (Hebreus 9:27-28). Ele pagou o preço de todos os pecados!

Reconhecer Jesus como seu salvador

Agora que o castigo pelo pecado foi pago, Deus oferece a salvação de graça. Mas, mesmo assim, Ele não obriga ninguém a aceitar. Somente quem crê em Jesus e o aceita como seu salvador, se arrependendo de seus pecados, será salvo (João 3:16).
Aceitar Jesus como seu salvador é abrir a porta para ele entrar em sua vida. É como se você morresse para a vida antiga e recebesse uma vida nova, livre de condenação. Isso significa assumir o compromisso de seguir Jesus e viver para ele. Assim, ele vai mudar sua vida!

O início de uma nova vida

Se você tomou a decisão de crer em Jesus, então parabéns! Há uma festa acontecendo no Céu por você (Lucas 15:10). Mas não acaba aqui. Agora sua vida vai ser diferente. A Bíblia compara a salvação com um segundo nascimento. Agora você precisa crescer.
A salvação não é apenas uma decisão que você faz um dia e acabou aí. É uma nova forma de viver, junto com Jesus. Fale com Deus (oração), leia a Bíblia e procure ter contato com outros crentes. E Deus vai estar sempre com você, para sempre.

Jesus Acalma a Tempestade

 

Jesus Acalma a Tempestade

Somente Aquele por meio do qual todo o Universo foi criado, é capaz de submeter ao seu poder as leis da natureza. Jesus pode acalmar a tempestade simplesmente porque Ele é Deus! Neste estudo bíblico iremos refletir sobre esse conhecido milagre de Jesus.

Quando Jesus acalmou a tempestade?

Jesus acalmou a tempestade quando seguia com os discípulos num barco com o objetivo de atravessar o Mar da Galileia. Antes, Jesus havia passado o dia ensinando as multidões que o seguiam, e curando muitos doentes no lado ocidental do mar.
Então no final da tarde Ele entrou num barco de pesca acompanhado de seus discípulos e lhes ordenou que partissem para o outro lado do lago. Naturalmente fadigado pelo dia exaustivo que havia enfrentado, Jesus rapidamente adormeceu na popa da embarcação.
Jesus e seus discípulos partiram para o outro lado do lago também em busca de um período de descanso. Na margem oposta do Mar da Galileia ficava Decápolis, uma área que os judeus evitavam frequentar. A maior parte da população daquela área era formada por gentios. Mas foi também ali, do outro lado do lago, em sua margem oriental, que um homem possesso de demônios precisou ser libertado (Lucas 8:26-39).

O cenário em que Jesus acalmou a tempestade

Enquanto Jesus dormia, seus discípulos conduziam a embarcação que rumava para o outro lado do Mar da Galileia. Como muitos dos discípulos eram pescadores de profissão, eles estavam completamente habituados àquelas águas. Isso indica que provavelmente houve uma mudança climática inesperada.
Na verdade as tempestades repentinas são características naquela região. O Mar da Galileia é um grande lago que mede cerca de 21 quilômetros de comprimento e 14 quilômetros de largura. O lago é cercado por montanhas e está aproximadamente a mais de 200 metros abaixo do nível do mar. Tudo isto favorece o acumulo de ar quente na superfície do lago. Durante o verão, a temperatura no lago passa facilmente dos trinta graus centígrados.
Então facilmente essa estufa de ar quente que paira sobre o lago se encontra com o ar gelado que vem das montanhas. É também ali que correm as águas do degelo do monte Hermom com sues três mil metros de altura.
O resultado desse choque térmico é a formação de tempestades repentinas e violentas. Em condições normais, as águas do Mar da Galileia são bastante calmas. Mas durante uma tempestade, as águas ficam perigosamente agitadas, com ondas que podem superar dois metros de altura. Inclusive, a disposição geográfica do local favorece até a formação de redemoinhos.
Tudo indica que esse era exatamente o cenário no momento em que Jesus acalmou a tempestade. O começo da noite já havia caído sobre eles e a violência da tempestade era tão grande que assustou até mesmo os discípulos de Jesus que eram experientes pescadores. Mesmo nos dias atuais as embarcações motorizadas evitam navegar no Mar da Galileia durante uma tempestade.

Jesus acalma a tempestade e revela sua soberania

Enquanto Jesus Cristo dormia tranquilamente sobre uma almofada na popa da pequena embarcação, os discípulos lutavam com seus remos e o leme na tentativa de fugir da tempestade. Mas o esforço daqueles homens era inútil e o perigo de naufrágio era real. As ondas eram tão grandes que cobriam o barco causando inundação a bordo.
O Mestre só despertou quando foi chamado por seus discípulos. Eles estavam realmente desesperados. Por isto eles perguntaram ao Senhor Jesus: “Mestre, não te importa que pereçamos?” (Marcos 4:38).
Nessa mesma hora Jesus se levantou, repreendeu o vento e ordenou que o mar se acalmasse. Então imediatamente o vento cessou, a tempestade acalmou e as águas do mar ficaram absolutamente tranquilas.
Após acalmar a tempestade, Jesus perguntou aos seus discípulos por que eles tinham ficado com medo. Em seguida, Ele repreendeu a todos eles com o seguinte questionamento: “Onde está a fé de vocês?” (Lucas 8:25). Perplexos, atemorizados, aterrorizados e maravilhados com a soberania do Senhor Jesus, os discípulos só conseguiam perguntar uns aos outros: “Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?” (Marcos 4:41).

Quem é este que até o vento e mar lhe obedecem?

O milagre em que Jesus acalmou a tempestade revela duas preciosas verdades sobre a pessoa de Cristo.
Em primeiro lugar, o episódio em que Jesus acalma a tempestade nos fala sobre sua completa humanidade. Jesus é plenamente homem! Algumas pessoas se perguntam se Jesus realmente estava dormindo na hora da tempestade.
Em algumas pregações há até quem se aventure dizer que Jesus estava apenas testando seus discípulos. Mas isto está errado! O texto é muito claro em dizer que Jesus estava dormindo. Já era tarde e seu corpo estava abatido com o cansaço de um dia movimentado.
O fato de que Jesus esteve dormindo enquanto a tempestade assolava a embarcação, revela sua humanidade. Sim! Ali estava o Cristo plenamente homem, o Verbo perfeitamente encarnado e sujeito a todas as limitações físicas comuns a qualquer ser humano. A fadiga tinha lhe abatido de tal forma que nem mesmo a tempestade foi capaz de lhe acordar do sono profundo.
Em segundo lugar, ao acalmar a tempestade Jesus revela ser genuinamente Deus. Se por um lado a plena humanidade de Cristo foi revelada no fato de Ele ter se cansado e dormido no barco, por outro lado sua plena divindade foi revelada quando Ele soberanamente acalmou a tempestade.
Podemos até imaginar o Mestre sendo despertado pelos gritos dos discípulos. Então com um semblante de sono comum a quem acabou de acordar, Ele olhou a tempestade ao seu redor e simplesmente disse: “Cala-te! Aquieta-te!” (Marcos 4:39). Ao som de sua voz a tempestade se tornou bonança. Tudo ficou tranquilo novamente.
Que homem é capaz de submeter a sua autoridade as forças da natureza? Daí vem a pergunta dos discípulos: “Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?”. A resposta não pode ser outra a não ser: É o Cristo, o Filho de Deus! Sendo plenamente homem, Ele dormiu no barco; mas sendo plenamente Deus, Ele acalmou a tempestade.

Não devemos temer a tempestade

O milagre em que Jesus acalma a tempestade nos ensina que não devemos temer as tormentas da vida. Jesus não repreendeu os discípulos especificamente por terem sentido medo, mas por não terem demonstrado uma fé madura. O problema é que a falta de fé inevitavelmente nos conduz ao medo. Além disso, é muito comum sentir medo diante de uma tempestade.
Mas quanto olhamos para Jesus, percebemos que esse medo não faz qualquer sentido. Durante aquela tempestade os discípulos falharam em perceber que não havia nada a temer. O mar estava revolto e o vento soprava forte; mas Aquele que estendeu o firmamento e criou o mar e seus limites, estava humildemente repousando na popa da pequena embarcação que era sacudida pelas águas.
Os discípulos deviam saber que com Jesus no barco eles estavam sempre seguros. Ele é o Senhor do Universo. Ele controla todas as coisas de acordo com a sua vontade. Até mesmo as forças da natureza que aos olhos humanos parecem indomáveis são completamente subjulgadas pelo seu poder.
Quando Jesus acalmou a tempestade, Ele cumpriu as Escrituras. O salmista escreve que o Senhor é Aquele que controla o vento e as ondas. Ele faz cessar a tormenta e acalma a violência das águas. Ele livra das dificuldades aqueles que o clamam na angústia, levando-o ao seu porto desejado (Salmo 107:23-30).
Por isto não devemos temer diante das adversidades que sacodem nosso barco. Jesus nos fez uma promessa que estaria conosco até a consumação dos séculos (Mateus 28:20). Nunca podemos deixar que o medo nos faça esquecer que Jesus acalma a tempestade, seja qual for ela. Com ele em nosso barco, podemos repetir as palavras do rei Davi“Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo” (Salmo 23:4).

A Parábola do Grão de Mostarda

 

A Parábola do Grão de Mostarda

A Parábola do Grão de Mostarda pode ser encontrada nos Evangelhos de Mateus (13:31,32), Marcos (4:30-32) e Lucas (13:18,19). Esta parábola também é conhecida como Parábola da Semente de Mostarda. Abaixo, utilizamos o texto de Mateus:
Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao grão de mostarda que o homem, pegando nele, semeou no seu campo;
O qual é, realmente, a menor de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas, e faz-se uma árvore, de sorte que vêm as aves do céu, e se aninham nos seus ramos.
(Mateus 13:31,32)

Contexto da Parábola do Grão de Mostarda:

Mateus reuniu no capítulo 13, uma série de sete parábolas sobre o Reino, sendo elas: O Semeador, O Joio, A Semente de Mostarda, O Fermento, O Tesouro Escondido, A Pérola de Grande Preço e A Rede.
As quatro primeiras parábolas foram pronunciadas à multidão (Mt 13:1,2,36), e as três últimas foram acrescentadas particularmente aos discípulos após Jesus já ter se despedido da multidão (Mt 13:36). Logo, a Parábola do Grão de Mostarda foi contada à multidão.
Entre os textos de Mateus, Marcos e Lucas, poucas diferenças encontramos. Em Mateus e Lucas, o texto se refere a um homem plantando. Já em Marcos temos a descrição direta e especifica do momento do plantio. Em Mateus a semente é plantada no campo, em Marcos na terra, e em Lucas na horta. Lucas coloca ênfase no tamanho da planta já adulta, enquanto Mateus e Marcos enfatiza o contraste entre a pequena semente e o tamanho que a planta adulta atinge. Estas pequenas diferenças na narrativa, em nada alteram o sentido da parábola, ou seja, o ensino permanece o mesmo nos três Evangelhos.

Explicação da Parábola do Grão de Mostarda:

Antes de tudo é preciso saber que a Parábola do Grão de Mostarda e a Parábola do Fermento formam um par. Ao contar estas duas parábolas, Jesus estava falando a respeito do crescimento do reino dos céus. Enquanto a Parábola do Grão de Mostarda refere-se ao crescimento exterior do reino dos céus, a Parábola do Fermento refere-se ao crescimento exterior. Assim, para melhor entendimento, as duas parábolas não podem ser separadas.

Ainda antes de entramos na explicação da parábola, alguns expositores insistem em querer determinar o significado das “aves do céu” na presente parábola como sendo espíritos malignos que atrapalham a pregação do Evangelho, ao considerarem o versículo 19 do mesmo capítulo. Penso que isso seja uma perda de tempos, e creio que essa interpretação é completamente equivocada, pois destoa totalmente do ensino principal transmitido por Jesus nessa parábola. Quem defende esse tipo de interpretação, cai no erro básico de tentar atribuir significado a todos os elementos de uma parábola, entrando por um perigoso caminho da alegorização que distorce o verdadeiro ensino de Jesus. A aplicação mais coerente veremos a seguir.
Jesus fala de um homem que semeia em sua lavoura a semente de mostarda. Essa era uma situação comum e corriqueira naquela época. Dentre todas as sementes semeadas numa horta, a semente de mostarda era, geralmente, a menor de todas, porém, em seu estágio adulto, ela se tornava a maior das plantas da horta, atingindo o tamanho de uma árvore, com no mínimo três metros de altura, podendo alcançar até cinco metros. Essa planta se torna tão imponente que até mesmo as aves do céu se aninham em seus ramos. Principalmente no outono, quando os ramos estão mais consistentes, várias espécies de aves preferem a planta da mostarda para fazerem seus ninhos, pois, além de se protegerem das tempestades ou do calor do sol, elas encontram alimento nas pequenas sementes presentes nas vagens.
O que Jesus estava ensinando é que, da mesma forma com que o pequeno grão de mostarda aparentemente nunca atingirá tamanha robustez, o reino dos céus na terra, ainda que muitas vezes, principalmente em seu início, parecesse insignificante, ele certamente produziria grandes resultados.
Podemos classificar essa pequena história ilustrativa como uma profecia. Essa parábola possui grande semelhança com algumas passagens do Antigo Testamento, como Daniel 4:12 e Ezequiel 17:23. Na verdade, ao contar essa parábola, muito provavelmente, Jesus tinha em mente a passagem de Ezequiel, que traz uma parábola messiânica:
No monte alto de Israel o plantarei, e produzirá ramos, e dará fruto, e se fará um cedro excelente; e habitarão debaixo dele aves de toda plumagem, à sombra dos seus ramos habitarão.
(Ezequiel 17:23)
O ensino principal dessa parábola é descrever o começo humilde e pequeno do reino dos céus na terra, e mostrar que seu impacto grandioso estava garantido, tão certo quanto o crescimento da pequena semente de mostarda ao ser plantada. Isso faz todo sentido quando analisamos o ministério de Jesus e o início da pregação do Evangelho por seus discípulos.
Comparado com a população do Império Romano da época, ou até mesmo com apenas o número de pessoas que vivia na palestina, aos olhos humanos, o reino dos céus parecia insignificante. Os seguidores de Cristo eram um grupo de pessoas rudes, pescadores ou trabalhadores que ocupavam cargos sem expressão alguma. Eram “galileus”, quase um sinônimo de “caipiras” da época, pessoas sem muito prestigio. Esses seguidores acompanhavam um carpinteiro, desprezado e rejeitado entre os homens (Is 53:3). Diante dessas características, essa parábola de Jesus foi mais do que uma resposta, foi uma maravilhosa profecia para trazer alento. É como se Jesus estivesse dizendo: “Calma, fiquem tranquilos, tenham fé e perseverem, aos olhos de vocês até pode parecer impossível, mas saibam que os planos de Deus não fracassarão, e o reino crescerá e se tornará notável”.
Aquele pequeno grupo recebeu uma missão: pregar o Evangelho a toda criatura. Eles foram, e incendiaram o mundo com a Palavra de Salvação. Quarenta anos depois da ascensão de Cristo ao céu, o Evangelho já havia alcançado desde os grandes centros do Império Romano, até os lugares mais afastados. Ainda no primeiro século, a Igreja foi perseguida duramente pelo Império. Muitos cristãos foram mortos naquele período, e, aparentemente, aquele parecia ser o fim da Igreja, pois, que chances tinham um pequeno grupo de pessoas que anunciavam a ressurreição de um carpinteiro que havia sido crucificado anos antes, frente ao exército mais poderoso do mundo naquela época? A planta parecia que iria morrer, mas os propósitos de Deus nunca são frustrados, o Império Romano caiu, e a planta continuou crescendo, servindo de benção para homens de toda raça, tribo, língua e nação, que, como as aves do céu encontram abrigo nas grandes árvores, encontram também refúgio e descanso sob as sombras oferecidas pelo reino dos céus.
Ainda hoje essa planta cresce, e continuará a crescer, até que o último eleito seja selado, até que o último mártir tenha seu sangue derramado (Ap 6:11; 7:3), até que Cristo venha novamente, de forma gloriosa, para a grande colheita.

Lições da Parábola do Grão de Mostarda:

Pelo menos duas importantes lições podemos aplicar com base nessa pequena parábola:
  • Grandes resultados começam com pequenas iniciativas: muitas vezes pensamos em não fazer algo na obra de Deus por acreditar que aquilo não terá grande importância. Nessas horas devemos nos lembrar de que as maiores árvores crescem a partir de pequenas sementes. Um simples evangelismo no caminho para o trabalho, ou no domingo antes do culto, que, hoje, parece não ter dado resultado, pode ter sido o veículo que Deus usou para chamar, amanhã, um grande pregador do Evangelho. Particularmente conheço muitos casos assim.
  • A planta crescerá: às vezes, diante das dificuldades que nos confrontam, nossas ações parecem insignificantes. O evangelismo parece que não está dando resultado, a Escola Bíblica parece que não está sendo eficiente, o plantio da nova congregação parece que não irá para frente. Porém, a promessa feita é que a planta continuará crescendo, mesmo que nossos olhos não percebam. Por mais que somos bem-aventurados em participar e trabalhar na expansão do reino, o crescimento, de fato, quem dá é o próprio Deus (Mc 4:26-29).