sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Sou católico. Por que devo considerar tornar-me um cristão?




Resposta: 
Em primeiro lugar, por favor, entenda que não temos a intenção de ofender com as palavras desta resposta. Nós verdadeiramente recebemos perguntas de católicos, dizendo: “Qual a diferença entre católicos e cristãos?” Em conversas cara a cara com católicos, já ouvimos, literalmente “Não sou cristão. Sou católico.” Para muitos católicos, os termos “cristão” e “protestante” são sinônimos. Dito isto, a intenção deste artigo é que os católicos possam estudar o que a Bíblia diz sobre ser um cristão, e talvez considerem que a fé católica não é a melhor representação daquilo que a Bíblia descreve. Como pano de fundo, por favor, leia nosso artigo “O que é um cristão?

Uma distinção chave entre católicos e cristãos é a visão da Bíblia. Os católicos vêem a Bíblia como tendo autoridade igual à tradição da igreja. Os cristãos vêem a Bíblia como a suprema autoridade de fé e prática. A pergunta é: como a Bíblia se apresenta? II Timóteo 3:16-17 nos diz: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” As Escrituras, por si só, são suficientes para que o cristão seja perfeitamente instruído para toda a boa obra. Este texto nos diz que as escrituras não são “apenas o começo”, ou “apenas o básico”, ou o “alicerce para uma tradição da igreja mais completa”. Ao contrário, as Escrituras são perfeitamente e completamente suficientes para tudo na vida cristã. As escrituras podem nos ensinar, admoestar, corrigir, treinar e equipar. Cristãos não negam o valor das tradições da igreja. Ao contrário, os cristãos apóiam que para que uma tradição da igreja seja válida, esta deve ser baseada nos claros ensinamentos das Escrituras, e deve estar em total concordância com as Escrituras. Amigo católico, estude a Palavra de Deus por si só. Na Palavra de Deus você achará a descrição e intenção de Deus para Sua Igreja. II Timóteo 2:15 declara: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.”

A segunda diferença básica entre os católicos e os “cristãos bíblicos” é a compreensão de como podemos chegar a Deus. Os católicos têm a tendência de chegar a Deus através de intermediários, como Maria ou os santos. Os cristãos chegam diretamente a Deus, orando a ninguém que não seja o próprio Deus. A Bíblia proclama que nós mesmos podemos chegar ao trono de graça de Deus com confiança (Hebreus 4:16). A Bíblia é perfeitamente clara ao dizer que Deus deseja que oremos a Ele, que tenhamos comunicação com Ele, que peçamos a Ele as coisas das quais precisamos (Filipenses 4:6; Mateus 7:7-8; I João 5:14-15). Não há necessidade de mediadores ou intermediários, pois Cristo é nosso único mediador (I Timóteo 2:5), e tanto Cristo como o Espírito Santo já estão intercedendo em nosso favor (Romanos 8:26-27; Hebreus 7:25). Amigo católico, Deus ama você intimamente e deixou uma porta aberta para comunicação direta através de Jesus.

A diferença mais importante entre os católicos e os “cristãos bíblicos” está na questão da salvação. Os católicos vêem a salvação quase completamente como um processo, enquanto os cristãos vêem a salvação tanto como algo completo quanto como um processo. Os católicos se vêem como “sendo salvos”, enquanto os cristãos se vêem como “tendo sido salvos”. I Coríntios 1:2 nos diz: “...aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos...” As palavras “santificados” e “santos” vêm do mesmo radical grego. Este verso declara que os cristãos são tanto santificados quanto santos. A Bíblia apresenta a salvação como um presente que é recebido no momento em que a pessoa coloca sua fé em Jesus Cristo como Salvador (João 3:16). Quando alguém recebe a Cristo como Salvador, esta pessoa está justificada (declarada justa – Romanos 5:9), redimida (resgatada da escravidão do pecado – I Pedro 1:18), reconciliada (alcançando paz com Deus – Romanos 5:1), santificada (separada para os propósitos de Deus – I Coríntios 6:11) e nascida de novo como uma nova criatura (I Pedro 1:23; II Coríntios 5:17). Cada uma destas coisas é fato consumado no momento da salvação. Os cristãos então são chamados a viver, na prática (chamados a serem santos) o que já é verdadeiro (santificados).

O ponto de vista católico é que a salvação é recebida pela fé, mas então deve ser “mantida” por boas obras e participação nos Sacramentos. Os cristãos bíblicos não negam a importância das boas obras ou que Cristo nos chama a observar as ordenanças em memória Dele e em obediência a Ele. A diferença é que os cristãos vêem estas coisas como resultado da salvação, não como requisitos para a salvação, ou meios para se manter a salvação. A salvação é uma obra alcançada, comprada pelo sacrifício expiatório de Jesus Cristo (I João 2:2). Deus oferece a nós salvação e garantia da salvação porque o sacrifício de Jesus foi totalmente, completamente e perfeitamente suficiente. Se recebermos o precioso presente de Deus da Salvação, podemos saber que somos salvos. I João 5:13 declara: “Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus.”

Podemos saber que temos vida eterna e que podemos ter certeza de nossa salvação por causa da grandeza do sacrifício de Cristo. O sacrifício de Cristo não precisa ser novamente oferecido ou novamente apresentado. Hebreus 7:27 diz: “Que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo.” Hebreus 10:10 declara: “Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez.” I Pedro 3:18 exclama: “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito.” O sacrifício de Cristo, feito de uma vez por todas, foi absolutamente e perfeitamente suficiente. Jesus declarou na cruz: “Está consumado” (João 19:30). O sacrifício expiatório de Jesus foi o pagamento completo por todos os nossos pecados (I João 2:2). Como resultado, todos os nossos pecados estão perdoados e a nós é prometida vida eterna no Céu no momento em que recebemos o presente que Deus oferece a nós – salvação através de Jesus Cristo (João 3:16).

Amigo católico, você deseja esta “tão grande salvação” (Hebreus 2:6)? Se deseja, tudo o que precisa fazer é receber (João 1:12), através da fé (Romanos 5:1). Deus nos ama e nos oferece salvação como um presente (João 3:16). Se recebermos Sua graça, pela fé, temos salvação como nossa eterna posse (Efésios 2:8-9). Uma vez salvos, nada pode nos separar de Seu amor (Romanos 8:38:39). Nada pode nos arrancar de Sua mão (João 10:28-29). Se você deseja esta salvação, se você deseja ter todos os seus pecados perdoados, se você deseja ter certeza da salvação, se você deseja acesso direto ao Deus que o ama – receba e é seu. Esta é a salvação que Jesus providenciou ao morrer e que Deus oferece como um presente.

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