segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Como posso saber qual a vontade de Deus para minha vida?

Pergunta: "Como posso saber qual a vontade de Deus para minha vida?"

Resposta: 
Há duas chaves para se conhecer a vontade de Deus para uma dada situação: (1) Certifique-se de que o que você está pedindo ou pensando em fazer não é algo que a Bíblia proíbe. (2) Certifique-se de que o que você está pedindo ou pensando em fazer irá glorificar a Deus e ajudá-lo a crescer espiritualmente. Se estas duas coisas forem verdade e Deus, ainda assim, não está dando o que você está pedindo – então provavelmente não é da vontade de Deus que você tenha o que está pedindo. Ou, talvez, você somente precise esperar um pouco mais por isso. Conhecer a vontade de Deus é, às vezes, difícil. As pessoas querem que Deus, basicamente, diga a elas o que fazer – onde trabalhar, onde morar, com quem se casar, etc. Romanos 12:2 nos diz: “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”

Deus raramente dá às pessoas informações assim tão diretas e específicas. Deus permite que façamos escolhas em relação a estas coisas. A única decisão que Deus não quer que tomemos é a decisão de pecar ou resistir à Sua vontade. Deus quer que façamos escolhas que estejam em conformidade com sua vontade. Então, como saber qual a vontade de Deus para você? Se você estiver caminhando junto ao Senhor e verdadeiramente desejar a vontade dEle para sua vida – Deus colocará Sua vontade em seu coração. A chave é desejar a vontade de Deus, não a sua própria. “Deleita-te também no SENHOR, e ele te concederá o que deseja o teu coração” (Salmos 37:4). Se a Bíblia não se coloca contra algo, e este algo pode verdadeiramente beneficiá-lo espiritualmente – então a Bíblia dá a você a “permissão” de tomar decisões e seguir seu coração.
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Quem é o Espírito Santo?


Pergunta: "Quem é o Espírito Santo?"

Resposta: 
Há muitos conceitos errôneos sobre a identidade do Espírito Santo. Alguns vêem o Espírito Santo como uma força mística. Outros entendem o Espírito Santo como sendo um poder impessoal que Deus disponibiliza aos seguidores de Cristo. O que diz a Bíblia a respeito da identidade do Espírito Santo? Colocando de forma simples – a Bíblia diz que o Espírito Santo é Deus. A Bíblia também nos diz que o Espírito Santo é uma Pessoa, um Ser com mente, emoções e uma vontade.

O fato do Espírito Santo ser Deus é claramente visto em muitas Escrituras, incluindo Atos 5:3-4. Neste verso Pedro confronta Ananias em por que ele tinha mentido para o Espírito Santo, e a ele diz “não mentiste aos homens, mas a Deus”. É uma declaração clara de que mentir ao Espírito Santo é mentir a Deus. Podemos também saber que o Espírito Santo é Deus porque Ele possui os atributos ou características de Deus. Por exemplo, a onipresença do Espírito Santo é vista em Salmos 139:7-8: “Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também.” Em I Coríntios 2:10 vemos a característica de onisciência do Espírito Santo: “Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus.
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Qual é o sentido da vida?


Pergunta: "Qual é o sentido da vida?"

Resposta: 
Qual é o sentido da vida? Como posso encontrar propósito, realização e satisfação na vida? Terei o potencial de realizar algo de significância duradoura? Há tantas pessoas que jamais pararam para pensar no sentido da vida. Anos mais tarde elas olham para trás e se perguntam por que seus relacionamentos não deram certo e por que se sentem tão vazias, mesmo tendo alcançado algum objetivo anteriormente estabelecido. Um jogador de baseball que alcançou o hall da fama deste esporte foi questionado sobre o que gostaria que lhe tivessem dito quando ainda estava começando a jogar baseball. Ele respondeu: “Eu gostaria que alguém tivesse me dito que quando você chega ao topo, não há nada lá.” Muitos objetivos revelam o quanto são vazios apenas depois que vários anos foram perdidos em sua busca.

Em nossa sociedade humanística, as pessoas vão atrás de muitos propósitos, pensando que neles encontrarão sentido. Entre eles estão: sucesso nos negócios, prosperidade, bons relacionamentos, sexo, entretenimento, fazer o bem aos outros, etc. As pessoas já viram que, mesmo quando atingiram seus propósitos de prosperidade, relacionamentos e prazer, havia ainda uma grande lacuna interior – um sentimento de vazio que nada parecia preencher.

O autor do livro Bíblico de Eclesiastes expressa este sentimento quando diz: “Vaidade de vaidades, ...tudo é vaidade.” Este autor tinha prosperidade além da medida, sabedoria maior que de qualquer homem de seu tempo ou do nosso, mulheres às centenas, palácios e jardins que eram a inveja de outros reinos, a melhor comida e o melhor vinho e toda a forma possível de diversão. E ele disse, em dado momento, que qualquer coisa que seu coração quisesse, ele buscava. E mesmo assim ele resumiu a “vida debaixo do sol” (a vida vivida como se tudo o que nela há é o que podemos ver com nossos olhos e experimentar com nossos sentidos) como sendo sem significado! Por que existe tal vazio? Porque Deus nos criou para algo além do que nós podemos experimentar aqui e agora. Disse Salomão a respeito de Deus: "Ele também pôs a eternidade no coração dos homens..." Nos nossos corações, nós sabemos que o “aqui e agora” não é tudo o que há.

Em Gênesis, o primeiro livro da Bíblia, vemos que Deus criou a humanidade à Sua imagem (Gênesis 1:26). Isto significa que nós somos mais parecidos com Deus do que com qualquer outra coisa (qualquer outra forma de vida). Nós também vemos que antes da humanidade cair em pecado e a maldição vir por sobre a terra, as seguintes afirmações eram verdadeiras: (1) Deus fez o homem uma criatura social (Gênesis 2:18-25); (2) Deus deu trabalho ao homem (Gênesis 2:15); (3) Deus tinha comunhão com o homem (Gênesis 3:8); e (4) Deus deu ao homem domínio sobre a terra (Gênesis 1:26). Qual o significado disto? Eu creio que Deus tinha como intenção, com cada uma destas coisas, acrescentar realização a nossa vida, porém tudo isto (especialmente a comunhão do homem com Deus) foi adversamente afetado pela queda do homem em pecado e conseqüente maldição sobre a terra (Gênesis 3).

No Apocalipse, o último livro da Bíblia, ao final de muitos outros eventos do fim dos tempos, Deus revela que Ele irá destruir a atual terra e céu que conhecemos e conduzir-nos ao estado eterno, criando um novo céu e uma nova terra. Neste tempo, Ele irá restaurar a comunhão total com a humanidade redimida. Alguns da humanidade terão sido julgados indignos e jogados ao Lago de Fogo (Apocalipse 20:11-15). E a maldição do pecado será eliminada; não haverá mais pecado, tristeza, doença, morte, dor, etc. (Apocalipse 21:4). E aqueles que crêem herdarão todas as coisas; Deus habitará com eles, e eles serão Seus filhos (Apocalipse 21:7). Portanto, chegamos ao ponto inicial de que Deus nos criou para termos comunhão com Ele; o homem pecou, quebrando tal comunhão; Deus restaura esta comunhão completamente no estado eterno com aqueles julgados dignos por Ele. Agora, passar a vida inteira alcançando qualquer coisa e todas as coisas apenas para morrer separado de Deus pela eternidade seria mais do que fútil! Mas Deus providenciou uma maneira não apenas de tornar possível a eterna alegria espiritual (Lucas 23:43), mas também para vivermos esta vida com satisfação e sentido. Então, como esta eterna alegria espiritual e o “céu na terra” são obtidos?

O SENTIDO DA VIDA RESTAURADO ATRAVÉS DE JESUS CRISTO

Como fizemos alusão acima, o real sentido, tanto agora como na eternidade, é encontrado ao se restaurar o relacionamento com Deus, relacionamento que foi perdido quando Adão e Eva caíram em pecado. Hoje, este relacionamento com Deus somente é possível através de Seu Filho, Jesus Cristo (Atos 4:12; João 14:6; João 1:12). A vida eterna é recebida quando alguém se arrepende de seu pecado (ao não querer mais continuar nele, mas que Cristo o mude e faça dele uma nova pessoa) e começa a confiar em Jesus Cristo como Salvador (veja a questão “Qual é o plano da salvação?” para mais informações sobre este assunto tão importante).

Porém, o real sentido da vida não é encontrado meramente em descobrir Jesus como Salvador (apesar do quão maravilhoso ser). Ao invés disso, o real sentido da vida é encontrado ao se começar a seguir a Cristo como Seu discípulo, aprendendo Dele, passando tempo com Ele na Sua Palavra, a Bíblia, tendo comunhão com Ele em oração e caminhando com Ele em obediência aos Seus mandamentos. Se você é um descrente (ou talvez um novo crente), você deve estar dizendo a si mesmo: “Isto não me soa assim tão incrível e realizador!” Mas por favor, leia um pouco mais. Jesus fez as seguintes declarações:

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mateus 11:28-30). “...eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (João 10:10b). “Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me; Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.” (Mateus 16:24-25). E nos Salmos encontramos o seguinte: “Deleita-te também no SENHOR, e te concederá os desejos do teu coração.” (Salmos 37:4).

O que todos estes versículos estão dizendo é que nós temos uma escolha. Nós podemos continuar buscando guiar nossas próprias vidas (com o resultado de vivermos uma vida vazia) ou podemos escolher seguir a Deus buscando Sua vontade para as nossas vidas com todo o nosso coração (o que resultará em uma vida vivida por completo, tendo os desejos do nosso coração atendidos e encontrando contentamento e satisfação). Isto é assim porque o nosso Criador nos ama e deseja o melhor para nós (não necessariamente a vida mais fácil, mas a com mais satisfação).

Para finalizar, eu gostaria de compartilhar uma analogia emprestada de um amigo pastor. Se você é um fã de esportes e decide ir a um jogo profissional, você pode poupar algum dinheiro e pegar um lugar “bem baratinho”, longe da ação, nas posições mais altas do estádio, ou você pode gastar bem mais e ficar bem perto e aproveitar com mais vivacidade a ação. É assim na vida Cristã. Assistir à obra de Deus EM PRIMEIRA MÃO não é para os cristãos de domingo. Eles não pagaram o preço. Assistir à obra de Deus EM PRIMEIRA MÃO é para o discípulo de Cristo que o é de todo o coração, aquele que parou de ir atrás das suas próprias vontades a fim de seguir os propósitos de Deus em sua vida. ELES pagaram o preço (rendição completa a Cristo e a Sua vontade); eles estão vivendo a vida ao máximo; e eles podem encarar a si próprios, seus amigos e seu Criador sem remorsos! Você já pagou o preço? Sente vontade? Se a resposta é sim, você nunca mais sentirá fome de sentido e propósito.
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quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Religião e cultura: quais os perigos dessa mistura?


Religião e cultura: quais os perigos dessa mistura?

Texto básico: Provérbios 4.23; 23.26

Leitura diária
D Sl 119.9-16 – Santidade no coração
S Rm 5.12-21 – Separados e religados
T Jo 14.5-7 – Único caminho
Q Hb 7.26-28 – Perfeito mediador
Q Os 6.1-6 – O que mais importa
S Mc 7.20-23 – De onde vêm os maus?
S Sl 51.10 – Excelente pedido

Introdução
Algumas frases de efeito têm sido ouvidas comumente entre evangélicos: “Mais Jesus, menos religião”; “mais emoção, menos religião”; “Jesus é meu salvador, não minha religião”. Essas afirmações transmitem a ideia de que religião é um conjunto de regrinhas responsáveis por estagnar a vida da igreja, acentuar as diferenças entre as denominações e, principalmente, desviar o foco do que realmente é importante para o povo de Deus (adoração, evangelização, missões, comunhão, etc.).

Veremos que a Bíblia é nossa regra para a formulação de conceitos e teorias que tratam dos assuntos concernentes ao nosso relacionamento com Deus. Desse modo, definindo religião não à luz das ciências sociais, mas à luz das Escrituras, perceberemos que não há oposição entre religião e Jesus e que a religião cristocêntrica nos convoca a um relacionamento saudável com a cultura.

I. Definindo os termos
A religião é um fenômeno universal, pois jamais se encontrou um povo sem religião. Com o pecado, o homem se distanciou de Deus, mas somente por meio de Cristo é possível ser restaurado à verdadeira religião. O homem, no mais profundo do seu ser, é religioso; ele é determinado por seu relacionamento com Deus. Ou seja, ele tanto pode ir em direção a Deus por meio de Cristo, como a Bíblia ensina, como tentar fugir, negar ou distanciar-se de Deus ou até mesmo ter outro deus ou deuses. Nunca, porém, o ser humano será religiosamente neutro. Até mesmo aqueles que se definem como ateus têm uma posição religiosa: negam a existência de Deus.

A palavra religião, a rigor, tem um significado diferente de como tem sido utilizada atualmente. Sua origem está na expressão em latim religare, que significa religar, restaurar um laço que foi desfeito. A palavra também é largamente utilizada no sentido da busca e veneração de algo.

A etimologia da palavra em latim parece refletir o ensinamento bíblico: havia um relacionamento perfeito entre Deus e o homem no jardim do Éden. Em toda a raça humana, o exercício religioso é inerente, por pelo menos dois motivos: (1) O ser humano foi criado como ser espiritual, em conformidade à natureza divina (Gn 1.26), portanto um ser religioso; (2) Deus é inevitável (Sl 139.7).

Após o pecado, o homem passou a caminhar para longe, tentando se esconder da presença do Criador (Gn 3.8). Foi iniciativa do próprio Deus prover um caminho de reparação, a fim de restaurar a comunhão perdida. Por meio do pecado de Adão, a humanidade foi separada do Pai, mas, pela graciosa justiça de Cristo, fomos religados a Deus (Rm 5.12-21). Jesus não apenas é uma religião, mas ele é a única verdadeiramente possível e capaz de restaurar o vínculo destruído pelo pecado. Afinal, ele é o caminho, e a verdade, e a vida; e ninguém consegue ir em direção ao Pai a não ser por meio de Jesus (Jo 14. 6; 1Jo 2.1; Hb 7.26-28).

As ciências sociais geralmente definem o fenômeno religioso como algo criado pelo homem em torno da ideia de um ou vários seres sobrenaturais e de sua relação com o próprio homem (Cf. Dicionário Michaelis). Nosso ponto, porém, é que o fenômeno religioso não é um produto do homem, mas algo que faz parte da sua natureza. O homem não cria religião, ele nasce religioso.

II . Coração: a raiz mística de nossa existência
Do ponto de vista secular, o interesse religioso do homem, embora possa admiti-lo como importante, é apenas um dos seus interesses na vida e mero produto da cultura, portanto, uma criação do próprio homem.

Não que as ciências sociais estejam sempre erradas. Na verdade, elas são estudadas e formuladas a partir dos pressupostos de seus pesquisadores, mas ninguém conhece melhor a criatura (o homem) do que o Criador (Deus), que se revelou por meio da Escritura Sagrada e por ela nos ajuda a entender mais de nós mesmos. Quando afirma sobre a alma humana algo que não fere o ensino das Escrituras, a ciência teve seu momento de verdade; caso contrário, está errada (Cl 2.8; 2Tm 3.16).

Religião é algo relacionado a um profundo mergulho no íntimo, que traz à tona as mazelas da alma. Tem a ver com a essência do ser humano, com aquele centro irreduzível, aquele ponto de concentração de todas as funções do homem, aquele ponto mais enraizado no ser e que representa a inteireza da natureza humana. Esse local é chamado pelo teólogo A. Kuyper de raiz mística e indivisível da existência humana. Na Bíblia, é chamado apenas de coração (Pv 4.23; 23.26).

A religião está enraizada no coração. Quando Davi orou pela renovação da totalidade do seu ser, ele chorou com sua alma angustiada pedindo um coração puro (Sl 51.10). No Novo Testamento, quando o Senhor desejava indicar o tamanho da corrupção humana, dizia que os maus desígnios vêm do coração (Mc 7.20-23). A carta aos Romanos diz: “Com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação” (Rm 10.10). A carta aos Hebreus deixa claro que o problema da apostasia tem sua raiz no coração: “Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo” (Hb 3.12).

Essa compreensão é importante para se entender que a religião não é um produto da cultura. Muito pelo contrário, a cultura é sempre um reflexo de nossas convicções religiosas.

III . Religião, culto e cultura
A. Distintos ou intercambiáveis

A religião deve, então, ser distinguida, mas não separada da cultura. As ações de adoração (que também podemos chamar de culto) e as atividades criativas desenvolvidas pelo trabalho humano (também conhecidas como cultura) são duas correntes que procedem da experiência religiosa do homem. Eis aqui outro ponto importante em nosso estudo. Se atentarmos bem, perceberemos que Deus exige de nós tanto o trabalho (cultura) quanto a adoração (culto) e, em alguma medida, as duas coisas são intercambiáveis. Vejamos:

Deus visitava o primeiro casal na viração do dia (Gn 3.8) e havia instrução (diálogo) por parte do Criador com a criatura; a mulher, quando argumenta com a serpente, afirma: “Disse Deus” (Gn 3.3). Caim e Abel ofereciam sacrifícios (culto – adoração), mas tais sacrifícios eram fruto do seu trabalho, do esforço criativo, ou seja, do seu desenvolvimento cultural.

Os antigos reformadores usavam o lema ora et labora (ore e trabalhe) e, assim, demonstravam haver o entendimento de que existem essas duas atividades enraizadas na religião: culto e cultura. Nosso argumento neste tópico é desenvolvido no intuito de que se entenda:

Que em nosso coração está nossa religião e, assim, temos dois produtos, a saber, a adoração (culto) e o trabalho (cultura);
Disso se conclui que não há trabalho (cultura) que não seja religioso; pode ser religiosamente apóstata, mas sempre a produção cultural do homem será religiosa.
A implicação do que temos tratado até aqui é a seguinte: é um erro limitar a religião aos aspectos da adoração, ou seja, daquelas atividades diretamente ligadas a oração, leitura da Palavra e atividades da igreja, e pensar que o trabalho feito pelo homem, como por exemplo, artes, economia, educação, recreação, política, ciência, família e namoro não tenham uma dimensão religiosa. Deus criou tanto o trabalho quanto a devoção religiosa como uma consequência daquilo que há de mais profundo de nossa vida espiritual.

Afirmar que todas as coisas realizadas e pensadas pelo homem possuem sua dimensão religiosa não é o mesmo que dizer que todas as realizações humanas são corretas ou aceitas por Deus. Aliás, o ritual correto, mas com a motivação errada, é algo de que Deus não se agrada (Sl 51.17; Os 6.6; Am 5.21,22).

B. Antigos e novos perigos

“A forma como vemos o mundo pode mudar o mundo”. A igreja cristã no período medieval via a relação entre religião e cultura de uma forma diferente da exposta no tópico anterior. O catolicismo romano limitou a dimensão religiosa a apenas aquelas atividades diretamente ligadas e dominadas pela igreja. Tudo o que estivesse fora dessa esfera era considerado profano.

A Reforma Protestante veio resgatar o caráter radical (na raiz) e totalitário (que abrange tudo) da religião, afirmando existir um relacionamento consciente ou inconsciente com Deus no coração do homem, e tal relacionamento determina todas as suas atividades.

Conclusão
Uma leitura um pouco mais atenta das Escrituras nos conduz de maneira segura ao entendimento de que somente em Cristo Jesus é possível sermos religados a Deus. No fundo do coração, todo homem possui uma inquietação espiritual, mas alguns caminham na direção de glorificar a criatura no lugar do Criador (Rm 1.25).

Um coração restaurado, não mais obscurecido, começa a entender que possui um chamado para adorar a Deus sobre todas as coisas, tanto com o seu coração quanto com o seu esforço intelectual e o trabalho de suas mãos.

Aplicação
O homem nasceu para render glórias a Deus. Se seu coração não estiver biblicamente orientado, cairá novamente no antigo erro de buscar glória para si (Gn 3). Você já percebeu essa tendência antropocêntrica no cenário musical, mesmo nas músicas ditas evangélicas? O que dizer daquelas populares frases colocadas nas redes sociais que visam tão somente massagear o próprio ego, mas buscam de forma egoísta bênçãos divinas? Será que suas postagens em redes sociais ou suas mensagens pelo celular demonstram que você é uma pessoa ligada a Cristo?
Prática da Leitura da Bíblia


Prática da Leitura da Bíblia
Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia! [Salmo 119.97]

Texto Básico: 2 Tm 3.16-17

Textos de Apoio
Dt 6.6-9
Sl 119.105
Is 34.16a
Is 55.10, 11
Rm 15.4
Hb 4.12

Introdução

A Bíblia é a Palavra de Deus. Isto quer dizer que ela encerra a autorevelação de Deus e expressa toda a vontade de Deus em matéria de fé e conduta — pelo menos tudo o que Deus achou por bem revelar-nos. Significa que não estamos desesperadamente em estado de absoluta desinformação quanto a Deus, quanto à vida e quanto à eternidade.

Temos, em nossa própria língua, um livro que revela todo o programa de Deus, uma espécie de enciclopédia que expõe toda sorte de informação teológica necessária, um manual de avaliação que mostra a diferença entre o certo e o errado.

Nas palavras do conhecido teólogo e escritor inglês, John Stott, “Nosso cristianismo é particularmente superficial porque a imagem que fazemos de Cristo é superficial. No entanto, os segredos da maturidade cristã estão prontos para serem descobertos na Escritura por todos aqueles que os buscam. Há uma amplitude na Palavra de Deus que poucos de nós conseguem depreender, uma profundidade que raramente sondamos”. John Stott, em Para Entender a Bíblia.

Para entender o que a Bíblia Fala

1. Toda Escritura é extremamente útil. De que maneiras ela nos ajuda?

>> (Dt 8.3; 2 Tm 3.16-17; Rm 15.4; Sl 119.105)

2. Como na nutrição, quando lemos a Bíblia ocorrem dois processos:
>> Ingestão e digestão.
>> Identifique-os nas seguintes passagens:

Jr 15.16
Is 55.10-11
Ez 2.8–3.3
Hb 4.12

3. A leitura da Bíblia requer algumas técnicas.
Descubra quais são, de acordo com os textos:

Is 34.16a
Sl 1.2 e 119.148
Sl 119.112
Dt 6.6, 7
At 15.15
2 Pe 3.1-2

Hora de Avançar

“A prática da leitura da Palavra de Deus é a arte de procurar o Senhor nas páginas das Sagradas Escrituras, de enxergar toda a riqueza que está por trás da mera letra, de ouvir a voz de Deus, de relacionar texto com texto e de sugar todo o leite contido na Palavra revelada e escrita, tanto nas passagens mais claras como nas passagens aparentemente menos atraentes, por meio de uma leitura responsável e do auxílio do Espírito Santo.”

Para pensar

Na leitura da Bíblia, a ingestão depende de nós. É necessário “comer” a Palavra de Deus. Basta comer: “abrir a boca”, abrir-se para Deus. Fazemos isto por meio da leitura cuidadosa e regular da Palavra. A leitura formal, superficial, ocasional, desordenada ou supersticiosa rende muito pouco ou nada; assim como a leitura feita para satisfazer apenas o intelecto. Já a digestão não depende de nós. É a parte de Deus na boa leitura da Bíblia. A digestão é a assimilação da Sagrada Escritura em nosso interior. O processo é inconsciente, automático e irreversível. É possível por causa do valor intrínseco da Palavra e da operação do Espírito Santo em nós.

O que disseram

O cristão deve ler a Bíblia no mínimo de modo compatível ao seu nível intelectual, nunca de modo inferior. (Paul Freston)

A prática da leitura da Palavra de Deus depende da qualidade do empreendimento, que se consegue depois das providências de ler, meditar, memorizar, inculcar (impregnar todo o ser), conferir texto com texto e lembrar. Assim fazendo, este exercício espiritual será altamente proveitoso! (Elben César)

Para responder

a) Que lugar a leitura da Bíblia ocupa em sua vida?

b) O que é necessário modificar em sua rotina para que a Palavra de Deus se torne sua meditação todo o dia?

Você e Deus

Cada um de nós precisa descobrir e adotar a maneira própria mais indicada de ler a Bíblia. Considere, todavia, estas sugestões:

a) Reserve a hora mais propícia do dia para ler a Bíblia.

b) Procure ler toda a Bíblia. Não necessariamente do Gênesis ao Apocalipse.

c) Leia grupos de livros: os livros poéticos, as cartas de Paulo, os profetas menores, o Pentateuco, os quatro Evangelhos, os livros históricos e assim por diante. A preocupação maior deve ser com a qualidade da leitura e não com a quantidade.

d) Sublinhe o que você achar mais interessante. Faça notas à margem ou num papel à parte.

e) Use a Concordância Bíblica para conferir escritura com escritura.

f) Além da tradução de Almeida, que é a mais usada, consulte outras versões e paráfrases: A Bíblia Viva, a Nova Tradução na Linguagem de Hoje, A Bíblia de Jerusalém e a Nova Versão Internacional.

g) Só consulte as notas de rodapé, comentários e dicionários depois do esforço próprio de entender o texto. Evite a preguiça mental.

h) Peça sempre o auxílio do Espírito Santo para entender as Escrituras e se beneficiar delas, seja por meio de uma pequena oração, seja por meio de uma atitude de dependência e humildade.
Prática da Oração


Prática da Oração
A oração é a mais alta atividade da qual o espírito humano é capaz.
[E.A. Judce]

Texto Básico: Mateus 6.5-8

Textos de Apoio:
Jr 33.3
Mt 6.9-13
Fp 4.6-7
1 Ts 5.17
1 Tm 2.1
Tg 5.16

Introdução

A oração parece uma decantada loucura. Como pode o homem comunicar-se com o próprio Deus em qualquer tempo, em qualquer lugar e em qualquer situação, se este é o Senhor de todo o Universo e aquele, um miserável habitante de um pequeno planeta? Como pode Deus ouvir as orações diárias que pelo menos os quase 2 bilhões de cristãos lhe dirigem?

Os críticos dizem que a oração é válida porque é emocionalmente saudável para quem ora. No entanto, aqueles que oram corretamente estão convencidos de que sua oração chega de fato até Deus e ainda perguntam com uma pequena dose de malícia: “O que fez o ouvido, acaso não ouvirá?” (Sl 94.9.)

Para entender o que a Bíblia fala

1. Descubra nos textos seguintes dois resultados distintos da oração em nossa vida.
>> (Fp 4.6, 7; Mt 7.7, 8)

2. A maior parte de nossas orações são de súplica. Mas, no contexto bíblico, a oração tem pelo menos seis elementos, que, embora não precisem estar presentes numa única prece, devem ser lembrados sempre. Quais são esses elementos?
>> (2 Cr 7.3; Sl 103.2; Sl 51.4; 1 Sm 1.15; Tg 5.16; Jr 33.3)

3. Deus diz sim a muitas de nossas orações. Mas Ele diz não também a não poucas orações, mesmo que elas sejam proferidas por pessoas de caráter e de fé.
Veja alguns exemplos de orações às quais Deus disse sim e escreva os nomes dos personagens e seus pedidos.
>> (Gn 25.21; 2 Rs 20.5; Lc 1.13; At 10.30-33)

4. Agora veja exemplos de orações às quais Deus disse não e escreva os nomes dos personagens  seus pedidos.
>> (Dt 3.23-27; 2 Sm 12.15-20; Mt 26.42; 2 Co 12.7-9)

5. Que períodos de oração as passagens abaixo sugerem?
>> Sl 55.17
>> Lc 6.12
>> Ne 2.4
>> Ef 6.18

Hora de Avançar

“A prática da oração é a arte de entrar no Santo dos Santos e de se colocar na presença do próprio Deus em espírito, por meio da fé, valendose do sacrifício de Cristo, e falar com Deus com toda liberdade por meio da palavra audível ou silenciosa”.

Para pensar

Pela oração, confessamos ao mesmo tempo a estreiteza de nossos recursos e a extrema largueza dos recursos do poder e do amor de Deus. Ela é um dos mais extraordinários meios de graça de que podemos dispor. A oração não substitui a leitura da Bíblia. As duas práticas são essenciais para o nosso crescimento na vida cristã. Sem a Bíblia, as orações podem tornar-se destituídas de conteúdo, egoístas e até mesmo erradas (Tg 4.3).

O que disseram

É preciso orar como se todo trabalho fosse inútil e trabalhar como se todo orar fosse em vão. [Lutero]

A oração produz resultados psicológicos (paz de espírito, tranqüilidade), espirituais (maior sentido de vida) e concretos (atendimento real do pedido feito).

Para responder

> Com que freqüência você faz orações?
> Que resolução prática você pode tomar com relação aos seus horários de oração nesta semana?

Você e Deus

> Antes de orar, pare e pense um pouco em Deus e seus atributos. Com certeza, você iniciará sua oração da maneira correta: com uma palavra de adoração que partirá do fundo da alma.

> Tente “balancear” suas orações com adoração, ações de graça, confissão, extravasamento, intercessão e súplica.

> Peça sem constrangimento. Não é necessário substituir a súplica pelo louvor. É Deus quem abre a porta da oração e diz: “Peça-me”. Mas não peça apenas saúde, cura física, sucesso, prosperidade, felicidade. Ore por virtudes e valores espirituais. Insista até obter resposta.

> Reserve horários especiais no dia para oração.
Prática da humildade


Prática da humildade
A humildade é o mais perfeito conhecimento de nós mesmos
[São Bernardo]

Texto Básico: 1 Pe 5.5-7

Textos de Apoio:
Ez 29.1-16
Dn 4.28-37
1 Sm 2.1-10
Lc 1.46-55
Fp 2.5-11
Tg 4.4-10

O que é realmente a humildade?

Aí está uma pergunta de difícil resposta, já que a humildade não pode ser aparente nem fingida. Ela existe ou não existe. É uma virtude para Deus ver, e não para o homem ver. A humildade não é a negação pura e simples de dons, capacitação e virtudes pessoais. Pelo contrário, é o reconhecimento de que estes dons, capacitação e virtudes vêm de Deus. Se eles existem em nós, é somente porque Deus existe antes de tudo e quis nos presentear com eles. É o reconhecimento também de que, junto com estes dons, todos temos fraquezas, latentes ou não, das quais nunca poderemos nos orgulhar.

Não há como negar: a humildade é uma das virtudes mais difíceis e raras, possível apenas com o auxílio do próprio Deus e pela zelosa imitação da humildade de Jesus.

1. Para entender o que a Bíblia fala

a) Mesmo na vida secular a soberba é tratada como algo perigoso. Diz-se com  freqüência que ela tem sido um dos motivos de surpreendentes derrotas no mundo esportivo. E a Bíblia, como trata o assunto? Faça suas anotações a partir destes textos:

>> Sl 19.13 – A oração de Davi:
>> Pv 16.18 – O provérbio de Salomão:
>> 1 Pe 5.5 – A citação de Pedro:
>> Lc 1.46-55 – O cântico de Maria:

b) A soberba é um problema tão sério que, para ser exterminada, exige medidas radicais.

> O CASO DO EGITO – EZEQUIEL 29.1-16

Como foi o tratamento de choque dado por Deus neste caso? O que seria necessário para o Egito tornar-se “o mais humilde dos reinos”?

> O CASO DE NABUCODONOSOR – DANIEL 4.28-37

O rei da Babilônia excedeu-se em sua soberba (v. 30).

Qual foi o tratamento de choque aplicado a Nabucodonosor?

Depois de tudo, o que ele finalmente aprendeu? (versos 2, 3, 34 e 37)

Nabucodonosor tornou a ter um reino de majestade e resplendor, depois de recuperado, talvez com mais poder do que antes. Em que sua atitude foi diferente dessa vez? (versos 36 e 37)

c) Que fatores devem ser lembrados para que o sucesso não desencadeie orgulho?
>> Jo 15.5
>> 2 Co 12.10
>> Sl 71.7 e 2 Co 3.5

Hora de Avançar

“A prática da humildade é a arte da contenção e privação da soberba e seus semelhantes, como o orgulho, a vaidade, a auto-suficiência e a estima exagerada, aliada à arte de sentir-se constantemente necessitado de Deus, reconhecendo que só Ele é digno de receber louvor, honra e glória”.

2. Para Pensar

O sucesso faz parte dos planos de Deus para o homem. Ele quer que tenhamos bom êxito na vida devocional, no casamento, na criação dos filhos, nas relações humanas, na profissão e no desenvolvimento dos dons do Espírito. Desse sucesso global, depende, sob a perspectiva humana, a velocidade da implantação e da plenitude do reino de Deus na terra. Na verdade, o sucesso é inevitável para quem está plantado junto às águas: “Tudo quanto ele faz será bem sucedido” (Sl 1.3).

Não tenha medo da humildade, apesar de ser uma atitude contrária a este nosso tempo. A humildade também tem galardão. Entre ser honrado aqui e agora pelos homens e ser honrado por Deus, a diferença é enorme.

O que disseram

O primeiro passo rumo à humildade é o reconhecimento do nosso orgulho. (C. S. Lewis)

Humildade é a virtude que nos dá o sentimento da nossa fraqueza. (Dicionário Aurélio)

Humildade não é a mera rejeição de prêmios e coroas, mas a transferência destes para quem de direito, como acontece com os vinte e quatro anciãos no Apocalipse de João (Ap 4.9-11). Não é a inatividade, mas a atividade comandada e alimentada pela sabedoria e pela providência de Deus.

3. Para responder

> Você se conhece bem?
> Faça uma lista de suas capacidades, qualidades e dons e outra de suas fraquezas. Agradeça sinceramente ao Autor e Doador da vida pelos dons que Ele lhe deu.
> Devolva toda a glória a quem de direito.
> Depois, pense em suas fraquezas e entregue-as ao Senhor, pedindo-lhe poder para vencê-las.

Você e Deus

1) É importante vigiar sempre. Se a humildade não for prudentemente mantida, com certeza o sucesso fomentará a soberba e esta, por sua vez, a ruína.

2) Muito cuidado com a falsa humildade, que é pior que a falta dela! Jesus repudiou com veemência toda forma de fingimento, falsidade e hipocrisia.
A prática da espera


A Prática da Espera


Texto Básico: 2 Pe 3.8-14

Textos de Apoio
Sl 27.14
Sl 39.7
Sl 69.3
Sl 71.14
Is 40.31
Is 64.4

Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu [Salmo 42.5]

Um dos maiores transtornos do homem é não saber nem querer esperar. Assim como o feto gasta nove meses para se transformar em uma criança apta para sair do ventre materno e sobreviver fora dele, muitas de nossas carências não são nem podem ser satisfeitas imediatamente, ao toque de uma varinha de condão, como muitos querem.

A prática da espera é difícil por causa da impaciência, do imediatismo e da curiosidade. Um erro é não esperar nada, outro é não saber esperar.

1. Para entender o que a Bíblia fala

Segundo a Palavra de Deus, é preciso aprender a esperar:

a) O fim da tempestade, isto é, o fim da provação, o fim da tentação, o fim do período de vacas magras. O que Pedro aconselha aos cristãos que passavam por duras perseguições? (1 Pe 1.6, 7; 4.12, 13)

b) A hora de Deus. Ele enfeixou em suas mãos os tempos e as épocas e exerce autoridade sobre eles (At 1.7). Como Moisés compara o relógio de Deus com o relógio do homem? (Sl 90.4) O que essa verdade significou para ele próprio? (At 7.23, 25, 30-34)

c) A evolução dos acontecimentos. O que Pedro nos ensina? (2 Pe 3.8, 9)

d) A resposta à oração. Muitos personagens bíblicos e da história esperaram muito para terem suas orações atendidas. O que Jesus nos ensina a esse respeito? (Lc 18.1, 7, 8)

e) A direção do Senhor. Nem sempre a direção que parece lógica e certa é a direção de Deus. Paulo queria continuar na Ásia, mas para onde Deus o queria levar? (At 16.6-10)

f) Os acontecimentos futuros. Quais são eles? [Confira nos textos indicados abaixo]
> Rm 13.11
> Mt 24.42
> Rm 8.23
> Rm 8.18
> 2 Pe 3.13
> Mt 6.10 cf. Ap 11.15

Hora de avançar

A prática da espera é a arte de aguardar tranqüilamente a hora de Deus, sem deixar de fazer o que é de nossa competência e sem fazer o que é da competência de Deus, deixando de lado toda impaciência e todo esmorecimento.

2. Para Pensar

É preciso esperar numa atitude de confianca: “Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro” (Sl 40.1). É preciso esperar numa atitude de paciência: “Depois de esperar com paciência, obteve Abraão a promessa” (Hb 6.15). É preciso esperar numa atitude de tranqüilidade: “Vou esperar, tranqüilo, o dia em que Deus castigará aqueles que nos atacam” (Hc 3.16, BLH).

Existe o erro de esperar o que não é preciso, como aconteceu com a mulher samaritana que aguardava o Messias, sem saber que Ele próprio falava com ela (Jo 4.25). Assim, já não é preciso esperar a vinda do Messias, a efusão do Espírito — que se deu no dia de Pentecostes (At 2.1-4) —, algum acréscimo ao evangelho pregado pelos apóstolos (Gl 1.8, 9) e o tempo de proclamar o evangelho (Mt 28.19, 20).

O que disseram

“Na prática da espera, Deus pode produzir em nós confiança, paciência e quietude. Assim poderemos fazer frente às atitudes inversas de dúvida, ansiedade e ativismo. Uma tentação é deixar de esperar, abandonar a esperança, cansar-se de uma espera que parece longa demais. Outra é intrometer-se, resolver a questão de qualquer modo, assumir a responsabilidade de providenciar o que estava nas mãos de Deus.”

3. Para responder

a) Há algo em sua própria vida ou na vida de pessoas de seu relacionamento que você está quase desistindo de esperar?

b) Como as outras práticas estudadas podem ajudálo a não entregar os pontos e renovar a sua espera?

Você e Deus

1) Aguarde o desenrolar dos acontecimentos de sua própria vida, quando for o caso. Espere o fim da dificuldade, a hora de Deus, a resposta àquela antiga oração, a direção do Senhor, agarrando-se firmemente às promessas de Deus.

2) Não menospreze as esperas escatológicas, que nos parecem tão demoradas. Continue esperando
Deus, o Senhor da história


Deus, o Senhor da história

Texto base: Josué 5.1-15

Leitura diária
D – Gn 1.1 – 2.3 – Deus, o Criador de tudo;
S – Sl 97.1-12 – O domínio de Deus sobre tudo;
T – Sl 139.1-24 – A presença de Deus revela seu plano;
Q – Pv 8.1-36 – A sabedoria dá vida;
Q – Rm 11.33-36 – A sabedoria nos desígnios de Deus;
S – Ez 37.1-14 – O poder vivificador de Deus;
S – Jo 1.1-14 – O plano de Deus em Cristo

INTRODUÇÃO
Uma das teses mais pertinentes sustentadas pelos reformados é que Deus é o Senhor da história. Pensar dessa forma significa atribuir a Deus o senhorio absoluto de todas as áreas do universo, amplamente compreendidas. Esta visão é muito bem expressa na frase de Abraham Kuyper: “Não há um centímetro no universo sobre o qual Cristo não diga: é meu”.

Deus não somente criou o universo, mas ele interfere diretamente nele, modificando constantemente a nossa visão das coisas para compreendermos os planos e as ações de Deus ao longo da História.

O livro de Josué deixa clara esta verdade. As estratégias militares e as conquistas de guerra não servem para mostrar o poderio dos exércitos, mas para apresentar um Deus que é capaz de cumprir seus objetivos em qualquer circunstância.

Quais as formas de Deus agir como Senhor da história? Em que medida ele interfere nas relações humanas? Vejamos no capítulo 5 de Josué alguns elementos que caracterizam o modo de Deus agir.

I. RENOVANDO CONTINUAMENTE A ALIANÇA
Ainda que o povo quebrasse sempre o pacto que o Senhor havia feito com eles, Deus mesmo providenciava a renovação. A renovação da aliança era necessária, porque significava que Deus não havia se esquecido do seu povo e que ele travaria as batalhas com ele. Deus é fiel às suas promessas independentemente de nossa atitude e reação para com ele: “se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo” (2Tm 2.13). Vejamos abaixo os sacramentos veterotestamentários que serviram de símbolo da fidelidade contínua de Deus:

A. Circuncisão = batismo

Uma das formas de renovar esta aliança era a circuncisão. A circuncisão era um rito necessário para que o povo pudesse participar dos privilégios e das promessas da Aliança feita com Abraão e seus descendentes (Gn 17.14; Êx 4.24). Pelo texto em questão, parece que a prática tinha sido abandonada por um tempo, mas era altamente necessária, especialmente em momentos que Israel entraria em guerra. A circuncisão era um ritual de santificação.

A circuncisão significava o abandono do pecado e deixar para trás o passado, que incluía a escravatura e a opressão por parte dos povos estrangeiros. O Egito tinha significado forte opressão e um modo duro de os israelitas conviverem com o próprio pecado da desobediência.

Portanto, a circuncisão era a restauração do pacto. Tratava da anulação daquele passado cruel e uma expectativa de uma nova esperança, absolutamente amparada na graça renovadora do Senhor, Deus da Aliança. A circuncisão era o ritual de identificação daqueles que são membros da aliança. Por isso todo israelita deveria ser circuncidado ao oitavo dia:

“Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós e a tua descendência: todo macho entre vós será circuncidado. Circuncidareis a carne do vosso prepúcio; será isso por sinal de aliança entre mim e vós” (Gn 17.10,11). Até mesmo os escravos do povo deveriam ter esta marca (Gn 17.13).

A circuncisão tornou-se obsoleta com a vinda de Cristo porque a marca da aliança não seria mais para uma única nação, mas para todos os que recebessem a Jesus, de todas as tribos, línguas e raças. Paulo deixou claro que a circuncisão não tem mais qualquer vantagem em Cristo e aquele que se obriga aos rituais judaicos e à circuncisão, está abandonando a graça e buscando justificação por conta próprio, ou por mérito próprio: “De novo, testifico a todo homem que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar toda a lei. De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes” (Gl 5.3,4). Cristo não se importa com essa prática, e esta não favorece aqueles que a praticam: “Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor” (Gl 5.6).

O novo regime que deve ser observado é o batismo, que representa a morte do velho homem, crucificado com Jesus na cruz, e o nascimento do novo homem, ressuscitado também com Jesus: “porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes” (Gl 3.27; Rm 6.4).

B. Páscoa = santa ceia

Outra maneira de renovação do pacto foi a celebração da Páscoa. Em Josué 5.10, lemos que celebraram a Páscoa. Eles rememoravam a libertação do Egito como uma marca absoluta e definitiva da expressão divina de amor e misericórdia pelo povo escolhido. A páscoa fora instituída em Êxodo 12, antes de Deus enviar a décima e a mais terrível praga contra os egípcios. O sangue do cordeiro seria símbolo de propiciação, que significa “acobertar, cobrir”: “O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito” (Êx 12.13). O sangue do animal cobriria o povo de Israel, protegendo-o da morte.

A páscoa permanece sendo comemorada pela igreja neotestamentária até os dias de hoje e o será até o retorno de Jesus, como ele mesmo o determinou, ao instituir a santa ceia, antes de sua morte (Mt 26.26-29; Mc 14.22-26; Lc 22.14-20; 1Co 11.23-26). Enquanto o pão simboliza o seu corpo (Jo 6.35,48,51), o vinho simboliza o seu sangue: “A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados” (Mt 26.27,28). Essa comemoração não é mais realizada apenas uma vez por ano, mas a igreja comemora o sacrifício de Jesus todos os dias, de maneira singular na santa ceia, com a igreja reunida.

II. SUSTENTANDO O SEU POVO NA PERSEVERANÇA
Em 5.11, vemos que Deus fez com que o povo comesse do fruto da terra, do maná, e, finalmente, das “novidades de Canaã”. Esta passagem demonstra que Deus mostrou ao povo seu cuidado protetor, alimentando-o. Deus não havia abandonado Israel, embora o próprio povo o tivesse abandonado diversas vezes nas apostasias.

Mas, agora, eles deveriam comemorar, pois Deus lhes havia concedido vitórias, conquistando a terra prometida. Não se tratava mais de promessa. Eles estavam lá e podiam experimentar das novidades dos frutos. Isto foi para eles sinal da perseverança de Deus para mantê-los protegidos das nações estrangeiras. O alimento físico era uma prova concreta daquilo que Deus já havia feito por eles, milagrosamente com o maná, e agora, novamente com o maná, como se lhes dissesse: eu fiz uma vez e posso fazer sempre que quiser.

Uma menção interessante é que eles comeram antes mesmo de terem trabalhado. Esta é uma referência importante ao Éden, quando Deus deu de todo fruto para o homem, mas ele escolheu, pecaminosamente, aquele que não podia comer. Agora, Deus novamente mostra que é possível comer do fruto abençoado sem trabalhar. É uma maneira sutil de Deus lhes dizer: vocês poderiam ter tudo isso facilmente se não tivessem pecado. O pecado modifica as coisas e causa adversidades profundas em nossa relação pactual.

Esta é a Providência de Deus sempre manifestada ao seu povo. Ele nunca deixou de nutri-lo com suas bênçãos tanto espirituais quanto materiais. É assim que o salmista reconhece ao entoar o salmo 65, provavelmente composto para a celebração da Festa das Colheitas: “Tu visitas a terra e a regas; tu a enriqueces copiosamente; os ribeiros de Deus são abundantes de água; preparas o cereal, porque para isso a dispões, regando-lhe os sulcos, aplanando-lhe as leivas. Tu a amoleces com chuviscos e lhe abençoas a produção” (Sl 65.9,10).

Essa providência é evidente na própria criação, que também sabe reconhecer o seu Criador: “Tu fazes rebentar fontes no vale, cujas águas correm entre os montes; dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos selvagens matam a sua sede… Fazes crescer a relva para os animais e as plantas, para o serviço do homem, de sorte que da terra tire o seu pão, o vinho, que alegra o coração do homem, o azeite, que lhe dá brilho ao rosto, e o alimento, que lhe sustém as forças… Os leõezinhos rugem pela presa e buscam de Deus o sustento… Todos esperam de ti que lhes dês de comer a seu tempo” (Sl 104.10,11,14,15,21,27). O que deve ser destacado é que os salmos atribuem tão somente a Deus a produtividade de toda a criação e o sustento dos homens e dos animais.

Mas o fato é que Deus fez o povo perseverar, dando-lhe alimento sólido para que eles estivessem seguros e motivados a buscar o alimento espiritual.

III. ESCOLHENDO UM LÍDER PARA LHES GUIAR NO CAMINHO
Josué foi aquele a quem Deus escolheu para guiar o povo no caminho. A narrativa do capítulo 5.13-15 lembra o episódio de Moisés na sarça ardente, quando Deus também lhe apareceu comissionando-o para a grandiosa obra de restauração do povo de Israel. Essas aparições de Deus não eram tão incomuns para os patriarcas. O Senhor apareceu a Abraão e ele teve atitudes muito semelhantes à de Josué: “Apareceu o Senhor a Abraão nos carvalhais de Manre, quando ele estava assentado à entrada da tenda, no maior calor do dia. Levantou ele os olhos, olhou, e eis três homens de pé em frente dele. Vendo-os, correu da porta da tenda ao seu encontro, prostrou-se em terra” (Gn 18.1,2).

A reverência e o conhecimento sobre a pessoa que estava diante de Abraão o fizeram se prostrar em sinal de adoração e culto. O patriarca não deixou que o Senhor partisse até que lhe oferecesse uma hospedagem digna (Gn 18.3-8). Jacó, quando soube que Deus se fazia presente ao seu lado, também temeu (Gn 28.16,17).

Tal como aconteceu aos patriarcas da antiguidade, Josué também foi contemplado por uma dessas visitas especiais de Deus. Ele demonstrou algumas atitudes próprias do verdadeiro servo de Deus:

A. Inquiriu para saber de quem se tratava (v.13c).

Esta é uma atitude nobre por parte dos que recebem a revelação divina. Ele não aceitou passivamente a presença do homem, porque ele não sabia, de fato, quem era. A pergunta foi reveladora, porque Josué quis, de fato, saber se ele era “por nós ou contra nós” (v.13c; Rm 8.31). A identidade estava revelada no apego ou não ao Senhor dos Exércitos. Ao que parece, Josué não teve grande surpresa em ver este homem com uma espada nas mãos. Este homem não estava em forma de gloriosa aparência que denotasse algo especial, de modo que Josué, num primeiro contato, o reputou como alguém semelhante a ele mesmo. Somente depois que aquele homem se apresentou que Josué se deu conta de quem ele era.

B. Prostrou-se a adorou ao saber quem era (v.14b).

Josué, ao ouvir o homem dizer que ele era “príncipe do Senhor dos Exércitos”, prostrou-se, imediatamente, em terra, e o adorou. Esta é a principal atitude do verdadeiro servo: adorar a Deus. Josué percebeu que era servo e que o seu Senhor lhe falava. Neste instante, ele percebeu que suas forças não eram suficientes para levar o povo adiante; mas, ao contrário, reconheceu sua servidão e a ordenança de alguém muito superior a ele.

Quais as implicações dessa postura?

Deus é quem batalha em prol da igreja e é ele quem garante a vitória, como fez com Josué (Hb 2.9,10);
Nosso alistamento na batalha contra as forças do mal vem do chamamento do Senhor e não de nossa própria escolha (Rm 10.9);
Deus nos dá santidade para enfrentar principados e potestades e todos os dominadores deste mundo: “Descalça as sandálias de teus pés, porque o lugar em que estás é santo” (v.15b; Hb 2.11).
E a verdadeira atitude de Josué?

O texto é meio enigmático na resposta porque não entra em detalhes, apenas aponta para a obediência do servo de Deus: “E fez Josué assim” (v.15c). Esta atitude é semelhante ao chamado de Mateus, por exemplo, no Novo Testamento: “Partindo Jesus dali, viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu” (Mt 9.9).

Os verdadeiros servos de Deus atendem prontamente o chamado, dispondo os seus corações à obra. Outro exemplo foi Isaías, quando no momento de sua disposição de servir a Yahweh: “Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6.8).

Portanto, a reação de Josué foi correta, submissa e humilde. Ele era um grande líder, um general e o representante de Deus diante de Israel, no entanto, soube qual era o seu lugar diante do príncipe do Senhor. Naquele instante ele não era mais o líder, mas um simples servo e súdito do Rei, que é o Senhor Deus.

Josué ensinou com sua atitude como devemos nos portar perante o Senhor. Assim também Davi se colocou diante de Deus, mesmo sendo o rei de Israel, questionou: “Quem sou eu, Senhor Deus, e qual é a minha casa, para que me tenhas trazido até aqui?” (2Sm 7.18b). Ele amplia essa mesma questão e a aplica para todo homem: “que é o homem, que dele te lembres? E o filho do homem, que o visites?” (Sl 8.4). Não foi desse modo, porém, que Herodes agiu, mas aceitou a glória do homem e por isso foi punido por Deus no mesmo instante (At 12.21-23).

CONCLUSÃO
Como o Senhor da história, Deus deve ser glorificado e honrado em todas as suas obras. Ele mostrou, por meio de Josué, que sua Providência não falha e que suas obras sempre visam o bem estar do seu povo. Ele alimenta e cuida da sua nação eleita, além de orientá-la diretamente pela sua Palavra e pelo seu Espírito, mas também por intermédio de homens escolhidos por ele mesmo, que são hoje os pastores e mestres que quando transmitem fielmente a Palavra de Deus, colaboram para que a igreja permaneça alimentada e protegida contra as forças de Satanás.

A fidelidade de Deus se comprova na igreja por meio de dois símbolos que permanecerão até o retorno de Cristo, o batismo e a santa ceia. Com eles a igreja é encorajada a manter a sua fé presa em Jesus e a batalhar por uma vida de santidade, lutando contra o pecado e contra todo pensamento que se levante contra Cristo, pois a igreja é tanto o baluarte como a coluna da verdade: “para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade” (1Tm 3.15).

O Senhor que dirige a História providencia que o seu povo marche sempre em frente, sem temer o obstáculo (Êx 14.15), porque ele mesmo garante a vitória. Deus não promete que não haverá obstáculos, mas promete a sua presença para superá-los e vencê-los. Somente assim a igreja pode ter a esperança de ser vitoriosa.

Deus mantém o seu povo seguro, dando-lhe todas as bênçãos necessárias para sua manutenção, providenciando um líder que vá adiante deles no caminho. Não há razão para temer. “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8.31).

APLICAÇÃO
Você consegue perceber a interferência de Deus na sua vida? Você percebe o modo como Deus te alimenta diariamente tanto física como espiritualmente? Você glorifica a Deus pelos líderes que ele coloca à sua frente para lhe guiar o caminho?

Reflita sobre a importância de viver ao lado de Cristo e conhecedor de que nele temos a garantia da vitória.

Qual o meu lugar no mundo?


Qual o meu lugar no mundo?

SÉRIE REVISTA ULTIMATO
Artigo: “Se Deus não existisse…”, de Elben César, edição 366

Texto básico: Salmo 8

Textos de apoio:
– Gênesis 1. 26-28
– Jó 7. 17-18
– Salmo 148
– Romanos 11. 33-36
– Colossenses 1. 15-20
– Apocalipse 4. 9-11

Introdução
Todo ser humano, em maior ou menor grau, possui dentro de si o desejo latente de descobrir seu lugar ou seu “chamado” na participação da vida do universo. Esse desejo remonta ao âmago da sua identidade como ser criado à imagem e semelhança de Deus.

Homem e mulher, por serem possuidores da imago Dei, são também portadores de uma dignidade e uma responsabilidade inerentes à sua identidade. E essa dignidade e responsabilidade exclusivas afeta os nossos relacionamentos com os demais seres humanos e o restante da criação.

Como a compreensão de nossa identidade como seres inseridos na criação de Deus tem influenciado nossa auto-imagem? E como temos usufruido nossa dignidade e responsabilidade especiais ao lidarmos com nosso contexto social e ambiental? É o que desejamos refletir ao abrirmos o livro dos Salmos.

Para entender o que a Bíblia fala
1. Leia o primeiro e o último versículo deste salmo. O que eles nos revelam sobre o conteúdo desta oração de Davi? De que maneira a grandeza (majestade) de Deus pode ser reconhecida no mundo inteiro?

2. Leia pausadamente cada verso do salmo, anotando cada palavra que se refere ao que Deus criou. Como estas criaturas expressam a grandeza e a glória de Deus?

3. Por que você acha que o salmista faz um contraste entre aquilo que dizem “as crianças e os recém-nascidos” do que dizem os “adversários” e “inimigos” (v.2)? Compare com Mateus 21. 12-17.

4. Eugene Peterson, citando Bernard Lonergan, diz que quando um animal não tem o que fazer, ele vai dormir; quando os humanos não têm o que fazer, eles fazem perguntas! No v. 4, que perguntas importantes são verbalizadas pelo salmista? Que respostas seriam adequadas para estas questões, levando em consideração também os vv. 5-8? (Lembrete: nos evangelhos, quem era identificado como “filho do homem”?)

5. As expressões “dominar” e “sob os seus pés”, referindo-se à superioridade dos seres humanos sobre o restante da criação, no v. 6, às vezes são utilizadas para acusar o cristianismo de facilitar a “exploração” e a “pilhagem” dos recursos naturais. Mas, será isso mesmo? O que encontramos neste mesmo salmo para evitar tal “interpretação” e acusação?

Para Refletir
“Deus é a autoridade maior, o último tribunal, a quem as obras da criação e os seres vivos estão sujeitos. Se Deus não existisse, o universo seria terra de ninguém e haveria muito aventureiro para tomar posse dele. Poderia ocorrer o caos se houvesse algum defeito na mecânica celeste. Faltaria o engenheiro para dizer: haja isto e faça-se aquilo. Mas a encantadora verdade é que Deus existe. Ele é “espírito, infinito, eterno e imutável em seu ser, sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade” (Catecismo de Westminter)”.
(Elben César)

“Em Deus, nos deparamos com algo que é incomparavelmente superior a nós, em todos os sentidos. Se você não conhece a Deus dessa maneira – e, portanto, não se reconhece como um nada em comparação a ele –, simplesmente você não conhece a Deus. Uma pessoa orgulhosa está sempre olhando de cima para baixo para os outros. É claro que, enquanto você se mantiver olhando para baixo, não terá como enxergar o que se encontra acima de sua cabeça”.
(C. S. Lewis, Um Ano com C. S. Lewis, Ultimato, 2005)

Para Terminar
1. O estudo de hoje ajudou você a refletir sobre a sua visão de si mesmo? De que maneira?

2. Você necessita fazer algum ajuste na sua visão de si mesmo, para que ela se aproxime mais da visão de Deus sobre você? Qual seria?

3. E sua compreensão sobre a dignidade e a responsabilidade do ser humano diante de toda a criação de Deus? Requer reparos? Como isso poderá influenciar sua postura pessoal diante das necessidades sociais e ambientais ao seu redor?

Eu e Deus
Não há folha que não esteja sob os Teus cuidados. Não há grito que, antes de ser emitido, Tu já não tenhas ouvido. Não há água nas rochas que lá não fosse escondida pela Tua sabedoria. Não há fonte oculta que não tenha sido oculta por Ti. Não há grotão para uma casa solitária que não fosse planejada por Ti para ser uma casa solitária. Não há homem neste acre de matas que não tenha sido feito por Ti para este acre de matas.
(Thomas Merton, Diálogos com o Silêncio, Fissus, 2003)
 Socorro em meio à crise


Socorro em meio à crise

Texto base: Juízes 2.1-23

Leitura diária

D – Sl 33.1-22 – A vontade do Senhor dura para sempre;
S – Jó 19.1-29 – O Redentor vive;
T – Rm 11.33-36 – A sabedoria dos desígnios de Deus;
Q – Dn 4.1-37 – O plano de Deus está sobre todos;
Q – Is 45.8-18 – Senhor Deus é o criador;
S – Sl 40.1-17 – Deus ouve o nosso clamor;
S – Ef 1.1-14 – O plano redentor de Deus

Introdução
A humanidade vive entre crises. De tempos em tempos, alguma crise afeta as nações. Guerras, doenças, falência financeira, etc. Nos últimos dias, por exemplo, vivemos a grande crise econômica que afetou, diretamente, a economia mundial.

As crises trazem, sempre, instabilidade e incerteza. Diante delas, os homens são induzidos a certas decisões que nem sempre são acertadas, porque são tomadas às pressas ou sob nenhuma orientação segura. Além do mais, quando o pecado acende mais gravemente entre os homens, as escolhas são sempre carregadas de impiedade.

O livro de Juízes revela, com clareza, uma época de grande crise em Israel e de crescimento da impiedade. Josué havia morrido e seus sucessores não conheciam o Senhor (Jz 2.10). O crescimento do pecado e da impiedade, portanto, foi inevitável. O povo estava sem direção e quando não há conselho seguro o povo cai. Israel caiu.

Nesta lição, veremos a ação da providência de Deus para livrar Israel da impiedade e do pecado e garantir-lhe a sobrevivência em meio à crise.

I. Sem Deus, os homens perecem
Quando não há conhecimento de Deus, os povos caem. As Escrituras, em muitos lugares, afirmam claramente que na ausência de conhecimento sempre há o aumento do pecado e da impiedade. Esta verdade tem sido demonstrada ao longo da história da humanidade. Quando os homens se esquecem da sabedoria de Deus, eles perecem, pois se entregam aos seus próprios entendimentos e prazeres, atraindo sobre si mesmos a ira de Deus.

O conhecimento de Deus é o fundamento da vida humana. Sobre isso assevera João Calvino: “Em primeiro lugar, ninguém pode olhar para si mesmo sem que, imediatamente, torne seus pensamentos à contemplação de Deus em quem ‘se vive e se move’ (At 17.28)… o conhecimento de nós mesmos não somente nos prende a buscar a Deus, mas também, como se fôssemos conduzidos pela mão a encontrá-lo”.[1]

Para crescer em uma vida reta é necessário conhecer a Deus mediante a sua Palavra revelada, pois a falta do entendimento de Deus e de sua vontade dá liberdade ao coração pecaminoso do homem a agir segundo os seus interesses. Oséias diagnosticou o problema de Israel e sua corrupção apontando para a ignorância da nação: “Ouvi a palavra do Senhor, vós, filhos de Israel, porque o Senhor tem uma contenda com os habitantes da terra, porque nela não há verdade, nem amor, nem conhecimento de Deus… O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos (Os 4.1,6).

Semelhantemente, Malaquias condenou a instrução maligna dada pelos sacerdotes, quando eles, como mestres de Israel é que deveriam promover o puro e límpido conhecimento de Deus: “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos. Mas vós vos tendes desviado do caminho e, por vossa instrução, tendes feito tropeçar a muitos; violastes a aliança de Levi, diz o Senhor dos Exércitos” (Ml 2.7,8).

Juízes 2 descreve a situação degradante e perniciosa em que viviam os israelitas. O principal ataque à vida espiritual estava no culto a Deus. De fato, sempre que o pecado cresce numa localidade, o primeiro alvo é o culto a Deus. O culto é a expressão da compreensão que o povo tem do seu deus. É possível, então, conhecer um deus a partir do culto que os seus seguidores lhe oferecem. Esse ponto se torna ainda mais perceptível no período dos reis de Israel, quando os reis adoravam ao Senhor e ao mesmo tempo a outros deuses. Essa anomalia teve início com Salomão (1Rs 11.1-8).

Adorar a Deus e a outros deuses é pior do que a adoração somente a outros deuses. O que Salomão fez foi tentar uma aliança entre o Senhor e outros deuses. Tal como ele encontramos o rei Jeú, pois enquanto obedeceu a palavra de Deus para destruir todos os descendentes de Acabe e a Jezabel (2Rs 9.30-10.14), ele também não tinha o coração totalmente devotado ao Senhor, porque se prostrava perante ídolos (2Rs 10.28-31). Desse erro ninguém está isento, portanto devemos manter o nosso coração firmado no Senhor: “Não há entre os deuses semelhante a ti, Senhor; e nada existe que se compare às tuas obras” (Sl 86.8). Assim asseveraram os profetas: “Ninguém há semelhante a ti, ó Senhor; tu és grande, e grande é o poder do teu nome” (Jr 10.6); “Eu sou o Senhor, e não há outro; além de mim não há Deus; eu te cingirei, ainda que não me conheces” (Is 45.5); “Sabereis que estou no meio de Israel e que eu sou o Senhor, vosso Deus, e não há outro; e o meu povo jamais será envergonhado” (Jl 2.27).

O Deus de Israel tinha um culto específico. Ele havia prescrito em detalhes os elementos que deveriam constar em todos os atos do culto. Israel, então, renegou esses princípios e abandonou o seu Deus. Passou a adorar outros deuses, os baalins (Jz 2.11). Os israelitas estavam imersos em conceitos religiosos pagãos e, por esta razão, permitiram a entrada de outros povos e seus respectivos deuses no meio deles (Jz 3).

O apóstolo Paulo, na sua carta aos romanos, afirmou que o desvirtuamento do culto gera o aumento de pecado e impiedade (Rm 1.28-32): “E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes” (Rm 1.28). Este é o retrato daqueles que negam o Senhor e andam após outros deuses.

Josué havia dito que os homens seriam infiéis e trariam para si o juízo de Deus (Js 24.16-20), porque eles eram incapazes de servir a Deus e prestar-lhe culto com a devoção e obediência devida.

Entretanto, Deus não permitiu que o seu povo sucumbisse eternamente e providenciou juízes ou libertadores para restaurá-lo em meio à crise.

II. O Senhor levanta homens como instrumentos de salvação
Em cada época da história, Deus levanta seus servos para lutar em prol do seu reino. Não podemos nos esquecer de que a reforma, no sentido de retorno à Palavra de Deus, com arrependimento e fé, sempre existiu na vida da igreja deste a origem do homem. Podemos pensar que a primeira reforma aconteceu no Éden, quando Deus usou sua Palavra para determinar os rumos de Adão e Eva após a queda. Jó, Noé, Abraão e outros patriarcas foram instrumentos de Deus para imprimir na mente da sociedade o verdadeiro sentido da fé no verdadeiro e único Deus. Vemos em 2 Crônicas 34-35 a reforma empreendida por Josias. Era uma situação em que Israel estava cercado por nações que adoravam os deuses dos gentios, deuses da natureza e a idolatria estava entrando em Israel. Em Neemias 8-10, vemos esse servo do Senhor sendo levantado para restaurar o templo e conduzir o povo novamente à adoração. E essa adoração foi feita através do retorno às Escrituras: “Leram no

Livro, na lei de Deus, claramente, dando explicações, de maneira que entendessem o que se lia… tinham entendido as palavras que lhes foram explicadas… Dia após dia leu Esdras no livro da lei de Deus, desde o primeiro até o último…” (Ne 8.8,12,18).

Vemos reformas também no Novo Testamento. Se lermos Atos 2, perceberemos que após o Pentecoste, a igreja do Senhor crescia e: “… perseverava na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações” (At 2.42). A igreja adquiriu um novo estilo de vida, ela foi reformada. A pregação do Novo Testamento é sempre de renovação espiritual, de reforma de mente e de sentimento para a verdadeira adoração ao Senhor (Jo 4.24; Ap 2-3).

Em Juízes, Deus levantou vários servos seus, em meio a diferentes crises de apostasia e idolatria para restaurar a verdadeira adoração e o culto ao Senhor. Veja, no quadro abaixo, a relação de algumas dessas pessoas:

Referência Conquistador Duração
Libertador/Juiz
3.1-11
3.12-31

4-5

6, 7 – 8.32

8.33 – 9 – 10.5

10.6-12

13.1-16.31

Cusã-Risataim
Rei de Mesopotânia

Rei de Moabe e Filisteus

Jabim, rei de Canaã

Midianitas Guerra Civil

Anonitas

Filisteus

8 anos
18 anos

20 anos

7 anos

18 anos

40 anos

Otniel
Eúde e Sangar

Débora e Baraque

Gideão

Abimeleque, Tola e Jair

Jeftá, Ibzá, Elom e Abdom

Sansão

Deus nunca deixou o povo sem direção. Ao longo da história, ele levantou homens sérios, capacitados para a reforma da adoração. Em nossa época não é diferente, pois em meio às pregações corrompidas de misticismo e superstição, Deus continua a levantar homens leais ao evangelho que pregam a Cristo. Este era o desafio que Paulo enfrentava, mas ele não abria mão do conteúdo de sua pregação. Ainda que ele não se importasse com a forma, ele não negociava o conteúdo: “Todavia, que importa? Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, também com isto me regozijo, sim, sempre me regozijarei” (Fp 1.18).

Os reformadores enfatizaram a singularidade de Cristo para a salvação sob o lema Solus Cristus – somente Cristo – fazendo eco ao apóstolo: “Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado” (1Co 2.2).

III. O Senhor é quem estabelece os métodos para chegar à vitória
O apóstolo Paulo disse: “Deus escolheu as cousas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (1Co 1.28,29). De fato, pode-se ver uma maneira pouco convencional de Deus agir em algumas situações de guerra.

O livro de Juízes, por exemplo, apresenta algumas dessas maneiras:

Uma aguilhada de bois (3.31) – era um instrumento pontiagudo usado para “tocar” a boiada. Era um instrumento perfurante, muito perigoso no manuseio, pois poderia se tornar uma arma fatal.
Uma estada de tenda (4.21) – do mesmo modo que a aguilhada era também um instrumento perfurante, feito de madeira e, normalmente, liso e pontiagudo.
Tochas (7.20) – utilizadas para incendiar os exércitos inimigos e seus objetos.
Uma pedra de moinho (9.53) – utilizada por uma mulher para matar Abimeleque.
Uma queixada de jumento (15.15) – utilizada por Sansão para ferir mil homens.
Deus tem os seus gloriosos métodos, porque ele é Senhor da história. Às vezes, queremos acrescentar aos métodos do Senhor nossos próprios e pecamos contra ele, pois, via de regra, sugerimos métodos carnais e que não trarão o resultado esperado. Como Deus é quem sabe todas as coisas, a ele devemos deixar que faça tudo conforme o seu agrado.

Qual é, portanto, o objetivo de Deus ao utilizar métodos tão pouco convencionais? Paulo nos diz que o principal objetivo é desafiar a “sabedoria dos sábios e entendidos”. De modo, de certa forma, irônico, Paulo diz: “Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor deste século?”, e prescreve: “Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos instruídos” (1Co 1.19,20). Calvino comenta essa passagem da seguinte maneira: “Além do mais, visto que a maneira usual de Deus vingar-se é golpeando de cegueira os que se acham presos a seu próprio entendimento, e são excessivamente sábios a seus próprios olhos, não surpreende que homens carnais se levantem contra Deus, na tentativa de fazer sua verdade eterna dar lugar às suas tolas presunções, tornando-se insensatos e fúteis em seus raciocínios”.

Mais à frente, Calvino considera ridícula toda presunção que se declare autônoma ao conhecimento de Cristo: “Seguese que, qualquer conhecimento que uma pessoa venha a possuir, sem a iluminação do Espírito Santo, está incluído na sabedoria deste mundo… Pois qualquer conhecimento ou entendimento que uma pessoa possua não tem o menor valor se não repousar na verdadeira sabedoria; e não é de mais valor para apreender o ensino do que os olhos de um cego para distinguir as cores. Deve-se prestar cuidadosa atenção a ambas as questões, ou seja: (1) que o conhecimento de todas as ciências não passa de fumaça quando separada da ciência celestial de Cristo; e (2) que o homem, com toda a sua astúcia, é tão estúpido para entender por si mesmo os mistérios de Deus, como um asno é incapaz de entender a harmonia musical”.

O que as Escrituras nos ensinam é que o crente não precisa temer os avanços da ciência, as opiniões da Filosofia, as leituras inclusivistas de nossa época, os pressupostos dos darwinistas, etc. Nada disso pode frustrar a sabedoria divina que é quantitativa e qualitativamente muito além da inteligência humana. O homem pensa, soberba- mente, que pode desafiar a sabedoria divina questionando os pressupostos bíblicos. Porém, Paulo diz: “Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens” (1Co 1.25). Além disso: “Não há sabedoria, nem inteligência, nem mesmo conselho contra o Senhor” (Pv 21.30). não pode haver pecado ou perversidade que dure muito tempo: “O homem não se estabelece pela perversidade, mas a raiz dos justos não será removida” (Pv 12.3); “Porque o que vende não tornará a possuir aquilo que vendeu, por mais que viva; porque a profecia contra a multidão não voltará atrás; ninguém fortalece a sua vida com a sua própria iniqüidade” (Ez 7.13).

Portanto, é tolice humana tentar compreender os métodos divinos. Eles não se encaixam no nosso pensamento e em nossos caminhos: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos” (Is 55.8,9). Quem pode entender as coisas de Deus (Is 40.12-18)?

Assim, não é preciso temer. Deus estará presente no meio da tribulação, agindo com mão poderosa, afinal: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações” (Sl 46.1).

Conclusão
Israel viveu um período de escuridão devido à ignorância da Palavra de Deus. A geração nova que se levantou após a geração de Josué não conhecia ao Senhor, porque não foi instruída na lei do Senhor, para temê-lo, amá-lo e obedecê-lo. A consequência imediata a essa falta de entendimento é corrupção, pecado e idolatria. Lamentavelmente, o preço da ignorância é muito alto e, por esse motivo, o povo experimentou o cativeiro e a opressão daqueles povos que eles mesmos deixaram vivendo junto de si. Enquanto eles não cumpriram com a ordenança de Deus para expulsá-los, eles se voltaram contra Israel e os provaram.

Porém, Deus é cheio de graça e bondade e não permitiu que o povo vivesse para sempre nessa situação. Ele escolheu homens e mulheres para lutarem bravamente, na força do próprio Senhor, e libertou várias vezes o seu povo mostrando que estava sempre próximo, ouvindo os seus clamores e atentando à sua deprimente condição.

Deus ouve quando o seu povo clama e atende, trazendo libertação e salvação. Ainda que o Senhor se ire contra o seu povo, ele brevemente manifesta a sua misericórdia.

O verdadeiro servo de Deus sabe que o seu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra. Ele não dorme nem cochila ao cuidar de seu povo (Sl 121), pois aos seus amados ele concede bênçãos mesmo enquanto eles dormem (Sl 127.2). Por isso, é inútil tentarmos agir por conta própria. É necessário esperar na única esperança (Sl 40.1).

Aplicação
Em quem você tem colocado sua esperança no momento de crise? Quem você tem buscado para solucionar os seus problemas? Você realmente crê em Cristo que tudo pode? (Fp 4.13).
 A lealdade de Deus para com o seu povo


A lealdade de Deus para com o seu povo

Texto base: Rute 1.1-22

Leitura diária
D – Ne 9.1-37 – Reforma e arrependimento;
S – Gn 22.1-19 – Deus demonstra lealdade a Abraão;
T – Gl 3.1-29 – Todos vós sois um em Cristo;
Q – Tg 2.14-26 – A fé sem obras é morta;
Q – Rm 6.15-23 – Servos da justiça;
S – Lc 16.1-17 – O apego às coisas terrenas;
S – Rm 8.26-30 – As bênçãos dos que amam ao Senhor

INTRODUÇÃO
Nem sempre os acontecimentos em nossa vida parecem revelar que Deus é bom e leal. Constantemente, passamos por situações que abalam nosso nível de confiança nas ações divinas como sendo benéficas e achamos que ele se esqueceu de nós, ou, até mesmo, nos traiu a confiança que depositávamos nele.

Entretanto, em muitos lugares, a Bíblia nos informa que Deus é bom, fiel e leal com os seus projetos e isso inclui, necessariamente, aqueles a quem ele ama e preserva. O que acontece, de fato, é que nossa compreensão da realidade é equivocada. Na realidade, a bondade de Deus está acima de nossa compreensão acerca da realidade e que necessitamos, continuamente, retornar às Escrituras para vermos nelas a revelação da bondade de Deus e de sua lealdade para conosco.

Uma advertência importante que serve para todos nós é: não extraia o conceito da bondade ou de lealdade de Deus a partir somente de suas experiências diárias, pois elas podem, e comumente o fazem, trair você em seu entendimento acerca de quem Deus é; mas, ao contrário, que você se fixe na Bíblia, nossa única realidade verdadeira e mantenedora dos conceitos divinos.

I. A BONDADE DE DEUS SE REVELA NA NOSSA BENEVOLÊNCIA COM OS OUTROS
O filósofo moderno Immanuel Kant afirmou a seguinte tese: “Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de outrem, sempre e simultaneamente como fim e nunca apenas como meio”. A idéia de Kant é que nossas ações devem ter o outro ser humano como alvo final dos nossos objetivos. Ninguém deve agir com interesse pessoal e egoísta a ponto de ferir a individualidade do outro ou de usar o outro como meio para a obtenção de seu próprio interesse.

A Bíblia é recheada de considerações a este respeito. Em Filipenses 2.3,4, por exemplo, Paulo nos instrui dizendo: “Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros”. O objetivo do apóstolo é mostrar que a vida humana só tem sentido na sua relação com o outro, que é o nosso espelho, a nossa imagem, porque somos ambos a imagem de Deus. Não há razões, portanto, para que desejemos ser maiores ou melhores do que o próximo.

Em Rute 1.16,17, vemos, com clareza, a ação da bondade de Deus na relação entre Rute e Noemi, apontando, satisfatoriamente, para a compreensão da bondade de Deus, expressa na lealdade para com o próximo: “Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu e aí serei sepultada; faça-me o Senhor o que bem lhe aprouver, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti”.

Esta é uma das mais belas declarações de lealdade da Bíblia. Alguns, inclusive, costumam usá-lo em casamentos, o que não é adequado, porque refere-se a um relacionamento de Rute, que era nora, com Noemi, sua sogra. Mas, de modo expansivo, aplica-se a qualquer relação interpessoal, porque o amor derramado por Cristo em nossos corações deve nos capacitar a amarmos ao próximo como ele mesmo nos amou.

Devemos ser leais às pessoas não porque elas são sempre leais conosco, mas porque Deus é leal conosco, e a sua misericórdia dura para sempre (Sl 136), mesmo quando somos infiéis. Assim sendo, esta compreensão altruísta, de ver o outro como o seu próprio espelho, é demonstração da bondade e da misericórdia de Deus sobre as nossas vidas.

Além do grande exemplo de lealdade de Rute, mais gloriosa ainda é a sua declaração de fé: “o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus”. Rute declara que agora ela faz parte de uma nova nação. Rute era moabita. Devemos nos lembrar da origem desse povo tão controvertido nas Escrituras. Quando Ló saiu de Sodoma, sua esposa, por ter olhado para trás, tornou-se estátua de sal (Gn 19.26), e Ló não tinha filho homem, apenas duas filhas, ou seja, a existência de sua descendência estava comprometida. Preocupadas com essa questão, as suas filhas decidiram dar-lhe filhos, onde cometeu-se o incesto. Elas o embriagaram, cada uma numa noite, e conceberam dele. A primogênita deu à luz a Moabe, donde originaram-se os moabitas, e a mais nova a Bem-Ami, que deu origem aos amonitas (Gn 19.30-38).

Comprovou-se o fracasso do projeto das filhas de Ló, pois os moabitas se tornaram provação e tropeço para Israel (Nm 21.29; 22.7; Js 24.9; Jz 3.12-30; 1Sm 14.47; 2Rs 3.1-27; Is 15–16), embora Deus preservara o território de Moabe para os filhos de Ló (Dt 2.8,9).

Apesar do histórico comprometedor desse povo, Deus mostrou que a sua graça não se restringe a uma nação apenas. Israel era a sua nação peculiar (Dt 7.7,8), para que se tornasse vitrine de sua glória para todas as nações (Dt 4.6-8). Rute viu esta glória e decidiu fazer de Israel a sua nação, renunciando a Moabe. Ela também renunciou aos seus deuses para servir tão somente ao Senhor, Deus de Israel.

A bondade de Rute mostrou que ela também havia se tornado vitrine da glória de Deus. O que Jesus ensinou no sermão do monte pode ser aplicado a ela: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.16); e Paulo em outro lugar: “para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo” (Fp 2.15).

II. A LEALDADE DE DEUS FUNDAMENTA NOSSAS DECISÕES DIÁRIAS
Algumas vezes, temos dúvidas ao tomar decisões, especialmente aquelas que afetam diretamente os nossos interesses mais profundos e que, por consequência interferem na realidade dos outros. Qual é a base para confiarmos nas pessoas? Que critérios utilizamos para subsidiar nossas escolhas pessoais?

Em Rute 3.9-13, vemos que o critério utilizado por Boaz foi a benevolência de Rute. O texto nos diz: “Disse ele: Quem és tu? Ela respondeu: Sou Rute, tua serva; estende a tua capa sobre a tua serva, porque és tu resgatador. Disse ele: Bendita sejas tu do Senhor, minha filha; melhor fizeste a tua última benevolência que a primeira, pois não foste após jovens, quer pobres, quer ricos”.

Percebemos que as decisões de Rute não eram interesseiras. Ela tinha um pacto de lealdade que ultrapassava suas possíveis questões pessoais. Esta característica é percebida em Rute por Boaz, o que o faz estabelecer uma aliança conjugal com ela.

Nossa sociedade não se interessa muito por lealdade. Todos os dias, as pessoas traem umas às outras. O que interessa, realmente, é a manutenção dos próprios interesses. Vemos isto na política, quando os governantes não se importam com a população, mas, ao contrário, se enriquecem às custas das contribuições públicas; vemos também nas relações comerciais, quando os negociantes extorquem seus clientes em busca de lucros maiores; vemos, até mesmo, nas igrejas, quando o evangelho é mercadejado e “vendido” como um bem de consumo, que as pessoas podem usufruir e, depois de um tempo, renová-lo, pois já não atende aos seus caprichos.

Assim, o que Rute nos ensina é que a lealdade precede os nossos próprios interesses. O elogio de Boaz a Rute foi grandioso: “Agora, pois, minha filha, não tenhas receio; tudo quanto disseste eu te farei, pois toda a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa” (3.11).

A. Característica dos filhos de Deus

O salmo 15, dentre tantas características imprescindíveis que devem ser encontrados nos filhos de Deus, é dito que aquele que habita no tabernáculo de Deus: “jura com dano próprio e não se retrata” (Sl 15.4b), isto é, sua lealdade se comprova na sua palavra, ou de outro modo, é aquela pessoa de uma palavra só. Deus não se agrada de ter filhos dúbios, covardes ou de duas personalidades. Tal como ele é único e não se contradiz, nem se arrepende (Nm 23.19; 1Sm 15.29; Tt 1.2), assim ele quer que sejam seus filhos, verdadeiros, fiéis e leais. Este é um princípio fundamental da aliança, pois nenhuma pode subsistir sem lealdade. A traição destrói casamentos, amizades e confianças. Tiago fala do homem de ânimo dobre, isto é, um homem dividido entre duas opiniões divergentes, de caráter falho e indigno de confiança: “Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa; homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos” (Tg 1.7,8); e mais à frente ele convida pessoas assim a se arrependerem: “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração” (Tg 4.8).

Nos frutos do Espírito Paulo não cita a palavra “lealdade”, mas cita, tendo o mesmo significado, “fidelidade” (Gl 5.22), o que indica que aqueles que são verdadeiros filhos de Deus e templos do Espírito Santo, têm, necessariamente, essa característica. Portanto, devemos demonstrar o nosso caráter aprovado diante de Deus e dos homens por meio de um comportamento irrepreensível, tornandonos confiáveis e leais, não a pessoas ou a interesses próprios, mas leais a Deus e à sua Palavra, que, por consequência nos tornará fiéis também às pessoas.

B. Os recabitas – Jeremias 35

Em Jeremias 35 está registrado o exemplo de homens leais que agiram conforme a vontade de Deus e, por esta razão, foram recompensados e serviram de ilustração para o profeta mostrar ao povo aquilo que Deus esperava dele.

Os recabitas foram usados como exemplo num contexto em que Judá comprovava a sua dureza de coração e sua vida incorrigível de transgressão e idolatria, desobedecendo deliberadamente a lei de Deus. Eles eram filhos de Jonadabe, que era filho de Recabe. Jeremias foi enviado pelo Senhor para pôr diante deles taças de vinho e oferecer- lhes para beber (35.1-5). Porém, ao fazer isso, os recabitas responderam a Jeremias que não o fariam, porque Recabe havia estabelecido uma lei para toda a sua geração, que eles jamais beberiam vinho, nem edificariam casas, nem plantariam sementeiras ou qualquer plantação e nem teriam vinha, mas viveriam em tendas (35.6-11).

Deus louvou a atitude dos recabitas e mostrou o grande mal de Judá, pois em contrapartida, teimavam nos seus pecados: “Visto que os filhos de Jonadabe, filho de Recabe, guardaram o mandamento de seu pai, que ele lhes ordenara, mas este povo não me obedeceu, por isso, assim diz o Senhor, o Deus dos Exércitos, o Deus de Israel: Eis que trarei sobre Judá e sobre todos os moradores de Jerusalém todo o mal que falei contra eles; pois lhes tenho falado, e não me obedeceram, clamei a eles, e não responderam” (35.16,17). Aos recabitas foi-lhes prometido que jamais faltaria homem em sua descendência que vivesse na presença do Senhor (35.18,19).

A lealdade de Rute e dos recabitas é aquela que Deus quer ver em todos nós que confessamos o seu nome e declaramos que ele é o nosso Senhor.

III. A LEALDADE DE DEUS NOS TRAZ ESPERANÇA
As decisões cristãs são, todas elas, muito complexas. Essa complexidade tem a ver com as constantes contradições entre as propostas do mundo, nossas inclinações e, por outro lado, o desejo de Deus para nós comunicado em sua Palavra. Assim, somos sempre levados como ovelhas ao matadouro (Rm 8.36; Sl 44.22), isto é, nos dispomos ao prejuízo e à humilhação por causa dos nossos princípios bíblicos inegociáveis. Elas nos fazem demonstrar aquilo que somos e em que ou quem cremos. Esta profissão de fé contínua é o que Deus exige de nós a fim de demonstrarmos nossa lealdade a ele.

Rute nos mostra que a lealdade de Deus para com os seus planos é a garantia de um futuro vitorioso, e independe de nossos escorregões ao longo da vida e de nossas decisões equivocadas. Se dependêssemos de nossos acertos sempre, continuaríamos perdidos. Não temos condições de acertar sempre, porque somos pecadores. O que nos garante vitória nas decisões é a nossa certeza na fidelidade de Deus. Não depositamos a nossa fé nos homens, em nós mesmos ou em qualquer bem que esse mundo possa oferecer, mas tão somente em Jesus Cristo, a prova cabal da fidelidade de Deus.

Em 1.8, lemos: “Disse-lhes Noemi: Ide, voltai cada uma à casa de sua mãe; e o Senhor use convosco de benevolência, como vós usastes com os que morreram e comigo”.

A oração de Noemi em favor de suas noras foi para que o Senhor as cobrisse de benevolência. Vemos que o padrão de benevolência que Noemi expõe para suas noras provém do Senhor. Ela agiu como espelho da glória de Deus, pois Deus, em seu lugar, faria o que ela fez, se disporia ao sacrifício por amor dos seus, como de fato o fez em Cristo Jesus. Como dito acima, a benevolência de Noemi refletiu fielmente a benevolência de Deus.

E foi exatamente esta maneira de agir que fez com que Rute resolvesse ficar com sua sogra. Se Rute tivesse usado sua própria razão e seus próprios interesses não teria explicação para sua escolha. Entretanto, foi a sua conversão ao Deus de Israel e a certeza da sua bênção que a fez tomar decisão tão acertada.

Sempre que nos amparamos na lealdade de Deus podemos ficar tranquilos ao longo de nossas vidas. Se temos em quem nos apoiar, em quem confiar, não somente no dia a dia, mas sabendo que nosso futuro já está guardado e Deus tem um bom propósito estabelecido para todos aqueles que o amam. Vivemos sob a sombra dessa árvore frondosa que é a lealdade de Deus (Sl 91.1).

CONCLUSÃO
Deus é bom para conosco e leal em todos os seus projetos. Ele não nos desamparará. Ainda que, dia a dia, provemos não ser capazes de entender os planos de Deus, ele nos garante a sua proteção e o seu conselho. Portanto, não precisamos viver afoitos ou soltos nas incertezas, porque temos aquele em quem está posta a nossa esperança, pois ele é leal conosco sempre.

A fidelidade de Deus foi às últimas consequências quando ele enviou o seu filho para ser crucificado e morrer em nosso lugar (Rm 8.32). Somos estimulados, pelo exemplo de Rute com Noemi, a viver num padrão exemplar, agindo com retidão, pureza de coração e santidade. A lealdade deve ser testemunhada em nosso procedimento e evidenciada por meio da coerência das nossas palavras com a nossa vida.

Mesmo quando as circunstâncias são ruins e não há evidência de boas perspectivas pela frente, assim como Rute e Noemi não sabiam o que seria delas, Deus permanece fiel em seus planos e abençoa aqueles que se mantém leais à sua Palavra. Cabe a todos os filhos de Deus, sem questionar ou duvidar de seus métodos, fazer como Rute, agir sempre com benignidade, bondade e fidelidade, mantendo a esperança tão somente da bondade providencial de Deus, pois ele nunca falha.

APLICAÇÃO
Pense no modo de você refletir a lealdade de Deus para com as pessoas que o cercam. O que você tem feito no cotidiano para que as pessoas vejam sua lealdade e, deste modo, aprendam sobre a lealdade de Deus? Como tem sido sua relação com seus pais, irmãos, cônjuge, seus colegas de trabalho? Você os trata como meios ou como fins?